Esta é uma das medidas para combater a violência baseada no género em tempos de luta contra a COVID-19, entre outras que já estão em curso.
Entretanto, a presidente do ICIEG, Rosana Almeida, mostra-se satisfeito pelo facto de, apesar das queixas e denuncias recebidas , o país não ter registado, até agora, um “grande aumento” da violência doméstica durante o isolamento.
Contactada pelo Expresso das Ilhas, a presidente avançou que as medidas de prevenção adoptadas atempadamente para dar respostas a casos de violência que poderiam surgir durante o isolamento, permitiu constatar que até agora não há um “grande aumento” de violência doméstica.
"No entanto, também não podemos ainda ter dados, porque no isolamento já estamos a receber queixas, já estamos a receber denúncias, só podemos dizer daqui a 10 dias, mais ou menos, se se está a verificar um aumento ou não. Para já estamos a registar as denúncias”, disse.
Hoje, informou, Cabo Verde vai lançar a campanha “Bu Ka Sta Bó So”, como forma de combater a violência em tempos de isolamento.
“Vamos utilizar as farmácias e a máscara 19. Quem for a farmácia e pedir esta máscara automaticamente, quem estiver a atender saberá que esta mulher está a ser vítima de violência e acciona a polícia. A máscara 19 é uma campanha que está a sair em todos os países”, anunciou.
Tendo em conta que os dados de outros países apontaram para o aumento de violência doméstica durante o isolamento, o ICIEG, conforme Rosana Almeida, instalou na Boa Vista, uma casa de abrigo para acolher vítimas durante o período de contingência.
Além disso, o instituto possui uma rede de psicólogos a nível nacional, espalhados por todos os concelhos e que estão a seguir de perto, com campanhas, o que passa em cada município.
Segundo Rosana Almeida, uma outra medida de prevenção adoptada foi a criação do email violencia.covid@icieg.gov.cv , de modo a que a vítimas possam mandar um email quando não puderem falar, por estarem na presença do agressor.
A pensar naquelas que não tem acesso a um email, a organização em parceria com as duas operadoras telefónicas do país, criou uma linha de SMS para denunciar a violência, incluindo a violência sexual. No último caso, as denúncias podem ser encaminhadas para o Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA).
“Temos o número 132, mas depois concluímos que o número 132 pode não ser mais eficaz e mais seguro porque a vítima estando no isolamento em casa pode estar ao lado do agressor, portanto aí não teria como falar e estaria a colocar a própria vida, em último caso, em risco”, considerou Rosana Almeida para quem a linha de sms tem a vantagem de não ficar sobrecarregada e portanto, as pessoas não ficarão em espera.
Rosana Almeida informou ainda que o ICIEG recebeu queixas das empregadas domésticas apontando algumas irregularidades que estão a acontecer ou que podem vir acontecer, e que as mesmas foram encaminhadas para o Sindicato e a Associação das empregadas domésticas.
No que concerne aos direitos humanos, a presidente do ICIEG avisa que se a organização receber queixas, vai articular o seu tratamento com a Comissão Nacional dos Direitos Humanos.