Militares à porta dos bancos na cidade da Praia obrigam ao distanciamento social

PorExpresso das Ilhas, Lusa,8 mai 2020 7:00

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Militares à porta da Caixa Económica
Militares à porta da Caixa EconómicaInforpress

Militares e polícias estão a controlar os acessos aos bancos na Praia para obrigar as dezenas de pessoas que aguardam no exterior a respeitarem a distância social, face à pandemia provocada pelo novo coronavírus, constatou a Lusa.

Numa altura em que pandemia de COVID-19 está em situação de transmissão comunitária na Praia, com 27 novos casos hoje, que elevaram o total para 156 (218 confirmados em todo o país) e com a ilha de Santiago a cumprir o terceiro período de estado de emergência, até 14 de Maio, têm surgido alertas nos últimos dias para o relaxamento nas medidas de proteção e distanciamento social na capital cabo-verdiana.

Apesar do dever geral de confinamento da população, tem sido habitual ver grupos na rua e filas sobretudo junto aos bancos, sem que os clientes respeitem as distâncias de segurança para travar a transmissão da doença.

A situação levou mesmo à crítica pública do primeiro-ministro.

"Uma das situações que nós verificamos é filas. Por acaso, já com o novo decreto de execução do estado de emergência, reforçámos as condições para que os bancos tenham um maior período de atendimento, para que haja menos necessidade de filas fora dos bancos. E quando as pessoas têm que fazer filas, têm que respeitar o distanciamento, porque não há outra forma de o fazer. Não é possível ter um polícia à frente de cada casa ou de cada pessoa", afirmou Ulisses Correia e Silva, na terça-feira.

Na reacção, o Banco de Cabo Verde (BCV) avisou na quarta-feira os bancos comerciais que “devem suspender os tarifários interbancários nas transacções efectuadas através de ‘internet banking’” durante o período em que vigorar o estado de emergência e as medidas restritivas de circulação, “de modo a incentivar o uso de canais digitais”.

“Os serviços de segurança privada dos bancos devem solicitar às pessoas que se dirijam às agências dos bancos que aguardem na área adjacente às mesmas e que estas mantenham uma distância de pelo menos dois metros entre si. Devem, se necessário, recorrer às autoridades policiais para que se cumpram esta e outras instruções que visam reduzir o risco de contágio de COVID-19”, lê-se num comunicado do BCV.

Numa ronda feita hoje pela Lusa em várias dependências bancárias da capital cabo-verdiana foi possível constatar filas com dezenas de pessoas a aguardar no exterior, perante a apertada vigilância de militares e polícias - que têm constituído equipas conjuntas de patrulhamento durante o estado de emergência -, e com os clientes separados por pelo menos dois metros.

O BCV recordava na nota que já tinha pedido anteriormente às instituições financeiras para adotarem medidas sobre o funcionamento das respetivas estruturas para “evitar aglomerações excessivas que pudessem implicar maiores riscos de contágio com o novo coronavírus”.

“Não obstante as recomendações do banco central e das autoridades com competência na matéria de saúde pública, tem-se verificado aglomerações frente aos bancos, o que tem gerado preocupação e inúmeras reclamações por causa do potencial risco de contágio que tal representa. Nem mesmo o recente alargamento do horário de atendimento dos bancos ao público para até às 15:00 ininterruptamente surtiu o efeito desejado”, criticou o BCV.

Agora, diz o banco central, “face à persistência de aglomerações em frente das agências bancárias”, foi necessário adoptar “medidas adicionais” para “salvaguarda da saúde dos colaboradores e dos clientes bancários”.

Assim, o BCV determinou ainda que as deslocações às agências e aos balcões bancários “devem resumir-se a serviços que não podem ser prestados via canais digitais”, como envio e recepção de dinheiro ou depósitos, nesta fase da pandemia.

Entre outras medidas, o banco central determinou igualmente que os levantamentos de numerário nos balcões e nas agências só podem ser feitos para valores superiores a 20 mil escudos, exceptuando os casos dos clientes que não têm cartão interbancário.

“O número de atendimentos diários por agência deve ser limitado pelos bancos, de acordo com o plano de contingência aprovado. Para tanto, o número máximo de senhas deve ser distribuído na parte da manhã”, estipulou o banco central.

Medidas que o BCV espera levar a “uma diminuição de idas às agências bancárias, de modo a salvaguardar-se a saúde pública”, apelando aos clientes para que “restrinjam a ida aos balcões ao estritamente indispensável”.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,8 mai 2020 7:00

Editado porSara Almeida  em  16 fev 2021 23:20

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