Em conferência de imprensa realizada hoje, em São Vicente, o presidente do SIMETEC, Tomás Delgado, pediu agilidade na conclusão dos processos.
“Em face desta situação, o SIMETEC apela à direcção do INPS para que agilize o processo de pagamento dos 35%, com vista a responder às necessidades desses trabalhadores, que são prementes e urgentes. A situação é ainda muito mais complicada para uma boa parte desses trabalhadores, tendo em conta que devido a compromissos que têm com os bancos, os salários pagos pelos empregadores foram automaticamente retidos”, afirma.
O sindicalista denuncia ainda um suposto “excesso de burocracia” que, segundo diz, impediu os trabalhadores com contratos suspensos de beneficiarem da moratória sobre créditos bancários e dívidas ao fisco, no âmbito das medidas anunciadas pelo governo para fazer face aos efeitos sociais e económicos da pandemia.
“Segundo o relato desses mesmos trabalhadores, não obstante terem dado entrada nos pedidos de moratória junto aos bancos, em tempo oportuno e devidamente acompanhados das declarações de suspensão dos contratos de trabalho, os bancos não aceitaram e exigiram mais uma serie de documentos, nomeadamente uma declaração das finanças e outra do INPS. Essas declarações, exigidas pelos bancos e impostas pelo BCV, não permitiram, pelo menos até agora, que os trabalhadores pudessem beneficiar das moratórias”, indica.
O sindicalista chama a atenção também para a situação dos trabalhadores na CV Handling e da ASA. O líder sindical fala em suspensão de contratos de trabalhos e tentativa de redução de salários.
"Os gestores dessas duas empresas vêm insistindo na suspensão dos contratos de trabalho, com o agravante de estarem simultaneamente a querer reduzir os salários dos trabalhadores. Alguns trabalhadores dessas duas empresas públicas já foram surpreendidos com comunicação da rescisão dos seus contratos de trabalho, em plena crise da pandemia”, denuncia.
O SIMETEC considera que há uma “falta de sintonia” entre a prática das instituições e as indicações do governo e pede uma intervenção “urgente” do executivo.