Uma morte a fechar o Estado de Emergência

PorAndre Amaral,28 mai 2020 1:56

Últimos dias de Estado de Emergência. Ao início da madrugada de sábado termina o prazo estabelecido pelo Presidente da República para este estado de excepção a que já só a ilha de Santiago estava sujeita. Testes rápidos estão a ser massificados na capital.

E a marcar o último dia desta semana em revista começamos por uma notícia negativa. Esta terça-feira foi registado mais um óbito em Santiago. Uma paciente de 55 anos, que estava em isolamento no Hospital Agostinho Neto acabou por não resistir aos problemas causados pelo coronavírus.

Em declarações à imprensa nesta terça-feira, o ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, elucidou que a paciente tinha outras complicações de saúde.

“É um dos casos que estava em situação grave, que temos vindo a anunciar que estava numa situação mais complicada com alguns problemas de saúde e infelizmente não conseguiu resistir e faleceu”, afirmou.

O ministro revelou ainda que neste momento há um outro paciente que inspira cuidados intensivos, mas que não está sob ventilação, adiantando que o Ministério da Saúde está a acompanhar a evolução do caso que por sua vez também tem outros problemas de saúde.

Com o fim do Estado de Emergência alguns sectores de actividade, que até agora têm estado praticamente paralisados, vão poder voltar a funcionar.

É o caso dos transportes colectivos.

Em declarações à Inforpress, o administrador da empresa que assegura o serviço de transportes colectivos na capital, a Sol Atlântico, anunciou que na próxima segunda-feira a empresa vai retomar a actividade com 23 dos 75 autocarros que dispõe, praticamente em todas as linhas, com 20 por cento dos trabalhadores e medidas reforçadas de segurança, higienização e distanciamento.

Com o regresso a uma aparente nova normalidade, o Director Nacional de Saúde esclareceu, na conferência de imprensa desta segunda-feira, que “desde o início actuámos sempre com muita proactividade. Tomamos medidas enérgicas e eficazes que nos têm permitido controlar a situação”. Por isso, acrescentou Artur Correia, “preventivamente e planificando todas as fases, nomeadamente o pós-confinamento, há um conjunto de medidas” decididas pelo governo que vão “nortear todas as actividades sociais e económicas a nível da sociedade cabo-verdiana”.

Combate à COVID-19

Entretanto, para auxiliar as autoridades sanitárias nacionais a combater a COVID, a Garantia ofereceu ao Ministério de Saúde e Segurança Social, esta segunda-feira, 4.000 testes rápidos.

Segundo o Administrador Executivo da Garantia Seguros, Luís Leite, trata-se do contributo da empresa relativamente à luta contra a COVID-19. “A Garantia Seguros, como sendo uma companhia cuja missão é proteger e garantir a segurança aos cabo-verdianos, não podia ficar indiferente a esta pandemia e a todo o esforço que o Governo tem estado a fazer. Neste sentido, decidimos oferecer 4.000 testes rápidos para ajudar na massificação do diagnóstico, pois esta luta deve ser de todos, e as empresas privadas devem dar o seu contributo”, sublinhou.

“Nós estamos numa fase de massificação de testes rápidos de anticorpos em Cabo Verde, com maior força, aqui, na Cidade da Praia que é o epicentro da epidemia neste momento, e devo dizer que estes 4.000 testes vão reforçar essa actividade intensa que estamos a fazer”, declarou, por sua vez, o Director Nacional de Saúde.

No entanto, esta terça-feira, o ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, veio explicar que os testes rápidos não servem para fazer a despistagem da doença mas sim para avaliar a presença do vírus na comunidade.

A explicação surgiu durante uma visita que o titular da pasta da Saúde fez a diversos bairros da capital.

Nessa visita Arlindo do Rosário explicou que a instalação de tendas em vários bairros da capital irá permitir evidenciar o nível da circulação do vírus na comunidade.

“A transmissão na Praia é uma transmissão claramente comunitária, passamos de uma fase que não é apenas buscar apenas contacto, mas estamos junto da comunidade a tentar evidenciar a presença do vírus, isolar os casos”, afirmou, ressalvando, que os testes que derem positivo, através dos testes rápidos, serão confirmados através dos testes PCR molecular.

Sem números

Esta terça-feira a habitual conferênci de imprensa diária sobre a evolução da pandemia de COVID-19 acabou por não se realizar.

Segundo um comunicado emitido pelo Insituto Nacional de Saúde Pública ao final da tarde de ontem, “não foi possível apresentar, como a habitualmente os resultados das amostras analisadas no Laboratório de Virologia”. Tudo porque “no decorrer do dia 25 de Maio, registou-se um problema técnico com um novo pacote de testes recentemente chegado ao país”.

A concluir, diz o governo, “seguindo os padrões de exigência recomendados, optou-se por se resolver o problema”.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 965 de 27 de Maio de 2020. 

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Autoria:Andre Amaral,28 mai 2020 1:56

Editado porSara Almeida  em  7 mar 2021 23:20

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