"Nós temos de começar a retomar a questão da imunidade da população. Se a população não for exposta ao vírus ela vai continuar susceptível. O surgimento de casos vai continuar a acontecer, porque a população continua susceptível, pelo menos a grande maioria", disse Jorge Barreto, defendendo que "até certo ponto, se a doença não trouxer consequências graves, nós poderemos até arriscar dizer que é benéfico uma pessoa entrar em contacto com o vírus".
Segundo este infecciologista, "quanto mais pessoas tiverem anti-corpos, que ainda não sabemos se perduram ou não" mais facilmente "podemos dizer que população estará protegida. Enquanto isso não acontecer, os casos vão surgir desta forma que estamos a ver".
Utilizando números, Jorge Barreto explicou que 10 dos 29 casos que hoje foram confirmados na Praia "são de pessoas que tinham feito os testes rápidos, cujo resultado foi positivo", esclarecendo ainda que depois de sujeitas ao teste PCR surgiu a confirmação de "que essas pessoas estavam na fase activa da infecção".
Quanto aos quatro casos do Sal, são pessoas que "para além de terem sintomas, foi-lhes aplicado um teste rápido" que também teve resultado positivo. Já no caso de Santa Cruz trata-se, segundo este responsável, de um contacto de um dos sete casos positivos que tinham sido anunciados ontem.
Jorge Barreto revelou também que mais de dois terços da população infectada em Cabo Verde teve origem em "pessoas sem sintomas", e referiu que apenas 23% das infecções teve origem em pessoas que revelaram sintomas da doença. Ou seja, 414 casos confirmados de COVID-19 em Cabo Verde foram contágios com origem em pessoas assintomáticas.
Na conferência de imprensa, Jorge Barreto informou que ainda que as autoridades de saúde registam 289 casos activos e que estão internados e 241 recuperados. Já quanto a casos suspeitos foram registados "três no Tarrafal e um em São Domingos".