Ainda na sua mensagem, disse que ao longo da história, a ilha-município, os seus habitantes, soltou as suas amarras e foi em busca de outros futuros, outros horizontes, outras fontes de rendimento, outras vidas, cruzando horizontes e alcançando outras terras.
“A celebração de mais um dia do município, no nosso pequeno país, é sempre motivo de grande alegria e orgulho para as populações e os autarcas, pelo trabalho desenvolvido, pelo dia a dia árduo”, indica.
Segundo o chefe de Estado, é sempre mais um passo na afirmação e na exaltação das virtudes de uma das maiores conquistas da democracia cabo-verdiana: o nosso poder local. “Hoje celebramos mais um dia do município da Brava, a nossa mais pequena ilha habitada, a mais pequena circunscrição administrativa de Cabo Verde, neste dia 24 de Junho”.
E lembrou que essa efeméride festiva e histórica, este ano está rodeada de contingências sanitárias, pelos motivos que todos conhecemos, e que obrigam a adoptar comportamentos e hábitos novos, numa atitude responsável, como vem sendo seguido em todo o país.
Mas também que é o dia em que todos devemos lançar um olhar mais atento àquela que, ao longo dos tempos, incluindo o pós-independência e até os dias de hoje, se tornou na ilha considerada mais periférica do país.
“Homens e mulheres tomaram como sua responsabilidade olhar por ela, a ilha-mãe, e tudo fazendo para que o seu berço natural não passasse qualquer tipo de necessidade, independente de um bom ou mau ano agrícola”, frisa.
Para Jorge Carlos Fonseca a pequena ilha deu à nação capitães e marinheiros intrépidos, almirantes, músicos, poetas, magistrados e aventureiros, republicanos e amantes da liberdade, homens e mulheres virtuosos, que sempre a tiveram no coração.
“O mar formou também o bravense e corre-lhe, ainda hoje, nas suas veias. Ainda está por apurar todo o contributo que uma ilha de pouco mais de 60 quilómetros quadrados deu a esta nação, filhos e filhas que cresceram com o sabor das ondas ou sob as névoas dos seus montes, da Furna e Santa Bárbara a Lém, de Nova Sintra a Nossa Senhora do Monte, de Fajã de Água a Lomba de Tantum, de Mato a Cachaço”, destacou.
Conforme escreveu os tempos e os desafios hoje são outros e procura-se colocar a ilha numa rota de desenvolvimento, encontrar o caminho certo, as opções mais adequadas e consentâneas com a sua realidade. “Há sinais de «discriminação positiva» de que tanto, justificadamente, se exige, mas é preciso reforça-la e em tempo adequado e justo”.
“O potencial turístico, é enorme e estará aqui, sem dúvida, umas dessas vias. Sabemos onde está essa riqueza, e cabe-nos encontrar a melhor forma de aliar a beleza paisagística ao interesse histórico-cultural da ilha Brava”, destaca.
Mas frisou que só um planeamento na justa medida e concentração de esforços numa estratégia integrada poderá produzir resultados, levando a ilha para um circuito turístico nacional e internacional.
E afirmou que a ilha é grande, tanto que nunca coube nos seus limites físicos. “O seu nome cruzou fronteiras, tornou-se gentílico a bordo de baleeiros americanos e nos campos de fruta de Rohde Island; desperta nos cabo-verdianos imagens de uma natureza mítica, um imaginário colorido e de paixões sofridas e cantadas”.
"E mais do que apenas um cartão postal, que a «brava ilha da solidão» possa ser cada vez mais conhecida pelos restantes habitantes deste nosso país e não só, e que os bravenses, seniores e jovens, continuem orgulhosos da sua terra e nela encontrem a felicidade, para si e para a suas famílias, com progresso, bem-estar e realizada justiça", assegura.