Em conferência de imprensa, na cidade da Praia, para apresentar os resultados de acções realizadas entre 06 e 16 de Julho, Renaldo Rodrigues adiantou que foram fiscalizados 105 estabelecimentos comerciais na capital do país e que 32 foram encerrados por não respeitarem todas as regras sanitárias impostas para evitar a propagação do novo coronavírus.
O presidente do Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros (SNPCB) disse que dos 32 estabelecimentos encerrados, a maioria (72%) são bares no bairro de Achada Santo António, o mais populoso do país.
Falta de sistema de higienização à entrada e de espaço suficiente para promover o distanciamento físico são alguns dos incumprimentos detectados pelas autoridades, explicitou Renaldo Rodrigues, indicando, por outro lado, que cerca de 95% dos funcionários dos estabelecimentos usam máscaras.
Entretanto, o presidente da Protecção Civil deu conta ainda que 17% dos estabelecimentos comerciais da cidade da Praia apresentam um “funcionamento deficiente”, com falhas ainda no sistema de filas e na ventilação.
Dos estabelecimentos fiscalizados, as autoridades concluíram que 23% tem bom funcionamento, enquanto os restantes apresentam um “funcionamento razoável”.
Outra preocupação tem sido o consumo de bebidas alcoólicas em bares depois das 21h00, o horário estabelecido para o funcionamento desses estabelecimentos comerciais.
“É uma prática a que nós estamos atentos e lá onde tivermos que agir, agiremos sem contemplações e com todo o rigor para que sejam respeitadas todas as determinações do Governo nesse sentido”, garantiu Renaldo Rodrigues, indicando que mais de 200 pessoas foram notificadas.
As acções de fiscalização diurna e nocturna aos estabelecimentos comerciais têm sido realizadas pela Protecção Civil, em coordenação com a Polícia Nacional, Forças Armadas, Inspecção Geral das Actividades Económicas (IGAE), Inspecção Geral do Trabalho (IGT) e Entidade Reguladora e Independente da Saúde (ERIS).
Uma das maiores dificuldades, segundo o presidente do SNPCB, é a falta de dados sobre a transmissibilidade indirecta por bairros da capital do país, para as autoridades poderem focalizar e localizarem melhor a abordagem.
“Sabemos que nem todos os bairros estão na mesma situação, mas há bairros que nos interessa ter informações mais precisas para podermos também direccionar e quebrar a cadeia de transmissão, caso seja esse o caso”, apelou, esperando ter os dados da Direcção Geral da Saúde.
Além da Praia, essas acções, intensificadas aos fins-de-semana, têm sido realizadas na Assomada, sendo que no total, em Santiago, há até agora cerca de 200 estabelecimentos fiscalizados, bem como na ilha do Sal, com 66 operações e 10 estabelecimentos encerrados.
“Ainda estamos na fase do empurrar para que em todas as ilhas haja uma fiscalização mais efectiva, tem estado a acontecer em algumas ilhas com maior predominância”, sublinhou Renaldo Rodrigues, indicando que há uma equipa em São Nicolau, outra das três ilhas com casos activos de COVID-19, além de Santiago e Sal.
Cabo Verde regista um acumulado desde 19 de Março de 2.583 casos positivos de covid-19, com 1.911 recuperados, 25 óbitos e dois estrangeiros transferidos para os países de origem.