Em entrevista esta terça-feira à Rádio Morabeza, o Presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação e Apoio à Investigação Criminal (ASFIC-PJ), João Vaz disse que a criação do serviço, que implica um desconto de 2% no salário bruto dos profissionais da classe, foi decidida sem a devida socialização.
“Foi instituído este serviço e publicado no BO sem socialização com os funcionários. Como não há sinal de diálogo, entendemos que a única solução é sair à rua e manifestar publicamente o nosso descontentamento”, diz.
João Vaz entende que o que o serviço social não traz qualquer benefício adicional relativamente aos que os funcionários já têm via INPS e outros serviços que apoiam a Polícia Judiciária. O responsável sindical refere que os descontos para o efeito começam a ser feitos este mês.
“Está em iminência a efetivação dessa grande injustiça com os funcionários da Polícia Judiciária”, entende.
A Direcção Nacional da Polícia Judiciária já disse que, apesar das reivindicações, vai avançar com a implementação do serviço social, de modo a cumprir a lei. Em finais de Agosto, o director, António Sebastião, garantiu que antes da aprovação do decreto lei em sede do Conselho dos Ministros, os funcionários foram ouvidos, e que os mesmos, através do presidente da(ASFIAI – PJ), congratularam-se com a ideia da criação dos serviços sociais, mas defenderam que 2% do salário seriam um valor “exorbitante”.
Relativamente aos funcionários não associados a ASFIAI – PJ, António Sebastião Sousa garantiu que tiveram conhecimento da proposta, que foi remetida através de um e-mail interno e que não se pronunciaram.
A ASFIC pede diálogo para que as partes possam chegar a um entendimento.
De acordo com o sindicalista, a manifestação acontece em todos os departamentos da Polícia Judiciária do país. Na cidade da Praia, por exemplo, a concentração está agendada para às 15h45 à frente ao Palácio da Assembleia Nacional com percurso, através da Avenida das Nações Unidas, até ao Ministério da Justiça e Trabalho.