Durante a conferência de imprensa o Director Nacional de Saúde referiu que os casos foram registados na Praia (11), São Salvador do Mundo(2), Santa Cruz (3), São Lourenço dos Órgãos (1), São Filipe (14), Mosteiros (1), Santa Catarina do Fogo (1), Paul (4), Porto Novo (4) e São Vicente (29).
Depois de dois dias de visita ao Fogo, no início da semana, Jorge Barreto explicou que os casos novos da Praia "representam 6% do total de amostras analisadas no concelho, o que nos deixa bastante esperançosos e acreditamos que essa tendência se possa manter. Mas tudo é uma incógnita porque a situação poderá complicar-se. Temos estado a dizer que tudo está na atitude das pessoas".
"Ainda é bastante precoce dizermos que a situação está sob controlo, até porque os exemplos que podemos ver na Europa mostram que a situação pode fugir do nosso controlo muito facilmente", acrescentou Jorge Barreto.
Quanto ao Fogo "a situação ainda é preocupante" reconheceu o Director Nacional de Saúde que ressalvou que essa preocupação está relacionada "com o número de casos. Aquilo que nos deixa um pouco mais tranquilos é que não tem havido tantas mortes. A taxa de mortalidade em São Filipe não é elevada".
Já no que respeita a São Vicente, onde os números têm vindo a crescer, Jorge Barreto lembrou que nesta ilha "há transmissão comunitária" do vírus SARS-CoV-2. "É só uma questão de fazer testes que se vão identificar casos na população e eu penso que é o que se está a passar de momento em São Vicente", apontou.
Com o vírus "a circular entre as pessoas" o Director Nacional de Saúde mostrou-se confiante na capacidade de resposta das estruturas de saúde de São Vicente. No entanto, frisou mais uma vez, "a população tem de fazer o seu papel. E nós pensamos que com todos a cumprirem os seus papéis e a fazerem o seu trabalho da melhor forma talvez as consequências mais graves possam ser evitadas".
O crescimento actual do número de casos em São Vicente levanta, no entanto, mais questões do que dá certezas. "São Vicente teve o primeiro caso em Março, depois foi tendo casos muito pontuais. Nunca houve uma propagação ou a identificação de uma propagação nos moldes que acontecia na Praia e agora acontece em São Filipe. Se calhar não houve uma propagação do vírus. Se calhar as pessoas em São Vicente têm alguns factores protectores e talvez o vírus tenha conseguido adaptar-se e agora consegue infectar mais gente. Não temos ainda informações concretas que nos permitam fazer essa análise".
Com a actualização do número de casos de hoje, Cabo Verde passa a contar com 419 casos activos, 9626 casos recuperados, 104 óbitos por COVID e 1 por causas externas, e 2 transferidos, perfazendo um total de 10152 casos positivos acumulados.