Eduardo Tavares, que falava em conferência de imprensa, assegurou que todos os países que suspenderam, temporariamente, a utilização da vacina da AstraZeneca contra a COVID-19 foi por precaução e não porque existe qualquer prova científica da correlação entre a mesma e os eventos notificados.
O PCA da ERIS avançou que a própria AstraZeneca informou que não há motivo para preocupação com a sua vacina e que houve menos casos de trombose relatados nas pessoas que receberam a injecção, do que na população em geral.
“Por agora, em Cabo Verde, também como medida de precaução, a vacina ficará guardada, bem acondicionada e eventualmente será libertada para a administração quando tivermos novos dados de avaliação para decidir. Continuaremos a monitorizar a sua utilização através da fármacovigilância para garantir a detenção precoce de qualquer evento adverso”, asseverou.
Do ponto de vista regulatório, a cargo da ERIS, as vacinas tanto da Pfizer como da AstraZeneca, obedeceram todos os requisitos de qualidade, segurança e eficácia antes da sua introdução no mercado, segundo Eduardo Tavares.
O PCA da ERIS referiu que os resultados dos estudos que estão a ser efectuados, serão apresentados na próxima quinta-feira pela Agência Europeia do Medicamento. Assim, a ERIS estará atenta para avaliar e tomar, a nível nacional, as medidas mais adequadas para salvaguardar a segurança da população.
“A vacinação com AstraZeneca ficará suspensa até termos novas informações das avaliações que estão a ser feitas em relação às notificações de eventos adversos ocorridos. Haverá uma avaliação a nível nacional pela Entidade Reguladora que recomendará ao governo a continuidade ou não da utilização dessa vacina. Na sexta-feira a vacinação vai se iniciar com a vacina da Pfizer”, destacou.
Eduardo Tavares frisou que o processo de preparação para o acondicionamento das vacinas foi bem precavido e que existem todas as condições para o armazenamento de todas as vacinas que já chegaram ao país por tempo indeterminado.
O dirigente da Entidade Reguladora aproveitou ainda a conferência de imprensa para solicitar os actores e as diversas esferas da população para apoiar o governo e as autoridades de saúde para que possam fazer bem o seu trabalho.
“ Devemos evitar a má formação da opinião pública, seja nos meios de comunicação social, seja nas redes sociais porque o que está em causa é a saúde e a vida a população de Cabo Verde”, apelou.
Nesse sentido, o Director Nacional da Saúde que também estava presente realçou que as notícias sobre os efeitos das vacinas da AstraZeneca referem-se aos lotes e não à composição da mesma.
“A vacina para ser produzida utiliza-se materiais. Há todo um processo. Fabrica-se uma parte, que é um lote, depois fabrica-se uma outra parte que é um outro lote. Por isso é que se repararem nas notícias fazem referência a dois lotes diferentes. Isto é importante precisamente para quando acontecer algum efeito, para permitir localizar e identificar qual é o lote que tem o problema ao invés de se suspender toda a vacina que é produzida debaixo desse nome que é AstraZeneca”, salientou.
Jorge Barreto reportou que os efeitos são possíveis de acontecer com qualquer medicamento.
“Mas, a vacina que nós recebemos vem da Índia e está a ser utilizada pela Índia e já foram vacinadas vários milhões de pessoas, também está a ser utilizada no Brasil e também não tivemos notícias de eventos adversos graves ou de mortes relacionadas a essa vacina”, pontuou.