Os dados foram hoje revelados à imprensa pela presidente do INSP Maria da Luz Lima.
A fase de terreno do estudo decorreu em Dezembro de 2020 e abrangeu as zonas urbanas e rurais de 14 municípios do país, 2754 pessoas foram inqueridas.
“Mesmo em Dezembro, na altura a pandemia não estava como está agora, 72% da população estava de acordo com a implementação de um estado de emergência. Mais de 80% da população está de acordo com as medidas que o governo tomou e que se têm estado a tomar na pandemia, aprovam estas medidas. 16% acham que as medidas foram bem implementadas mas que se pode fazer mais”, avançou.
De acordo com os dados, mais de 90% da população sabe que qualquer pessoa pode ser infectada pela COVID-19; 92% conhece os principais sintomas da infecção pelo Sars-Cov-2; mais de 90% sabem que medidas eficazes controlam a doença.
Maria da Luz Lima informou que 60% da população sabe o que é a infecção, mas 18% dos inqueridos referiu que o vírus foi inventado ou então que é um castigo divino.
“Este é um dos motivos pelo qual iremos trabalhar ainda mais para reforçar o conhecimento do que é a infecção, porque as pessoas sabem como prevenir, quais os sintomas, mas quando se fala de como é que apareceu, falam em castigo divino. Isso requer alguma intervenção que vamos fazendo tendo em conta que no fundo acaba por ser conotado com alguma negação da situação epidemiológica”, assegurou.
85% da população reconhece que o combate à pandemia é uma responsabilidade individual e no que se refere às atitudes 90% das pessoas disse que teve que adaptar a sua vida à pandemia.
O estudo revela ainda que 11% das pessoas que foram diagnosticadas com COVID-19 não informaram os contactos por medo.
“Referiram que uma razão principal é o medo e para não serem culpabilizados. Então, este é um dado que teremos de trabalhar, este estigma contra a COVID-19. Também foram colocadas as perguntas sobre a vacinação, na altura ainda não havia vacinas para Cabo Verde, mas estava disponível e começava-se a vacinar no mundo e cerca de 70% inquerida referiram que iam aceitar a vacinação, mas 19% referiram claramente que não iam aceitar a vacinação na altura, que iam esperar novas informações tendo em conta que é um vírus novo e precisam de ter mais dados confiáveis para poderem aderir a vacinação”, disse a presidente do INSP.
73% da população inquerida referiu que a pandemia afectou a sua vida familiar, social, económica. Na altura, apesar de quase 9 meses depois do primeiro caso, 40% da população tinha medo da pandemia.
Maria Luz Lima avançou ainda que mais de 90% da população quando saem de casa levam uma máscara, mas 16% assume usá-las as vezes. Mais de 90% da população reconheceu que o distanciamento físico é fundamental para controlar e para reduzir o número de casos, mas apenas 78% diz fazer o distanciamento social.
“E quando se faz a pergunta sobre se nos últimos sete dias antes do inquérito se participaram em actividades com aglomerados, cerca de 30% referiam que participaram. As pessoas têm conhecimento, agora é nas atitudes são que temos de arranjar estratégias, por isso é que neste momento estamos a mudar essa estratégia de comunicação de risco”, frisou.
As mulheres cumprem mais as medidas de prevenção assim como as pessoas de mais idade relativamente aos jovens, de acordo com os dados do estudo. No meio urbano as pessoas têm mais conhecimento e cumprem mais do que no meio rural.