O Instituto Nacional de Saúde Pública publicou esta terça-feira, após um interregno (o último fora lançado em Agosto passado), o mapa da distribuição dos casos de covid pelos bairros da Praia, no sentido de melhor perceber o panorama na capital, epicentro da doença no país.
Praticamente toda a cidade tem “manchas” de casos, sendo, como referido, Achada São Filipe, Achada Santo António e Palmarejo, os bairros mais acometidos pelas infecções, neste momento.
Segue-se Ponta de Água com cerca de 100 casos (o mapa é apenas gráfico e não especifica os números) e Terra Branca no intervalo 75-100 casos. Achadinha terá tido entre 50 e 75, no referido período. Vale do Palmarejo não apresenta casos.
Recorde-se que ontem na cidade da Praia havia 1.310 casos activos (3.030 no país). No total acumulado, a capital regista 97 dos 228 óbitos nacionais e 10.662 dos 24.742 casos diagnosticados, até ontem, no país.
Prémio “Zona Sem Covid”
Esta compilação de dados, vai ajudar a RACMS (e parceiros) a delinear as suas acções no âmbito da campanha “Praia sem covid”. E, ainda, ajudar a decidir a atribuição do prémio “Zona Sem Covid”, uma das actividades previstas.
Conforme conta Gerson Pereira, o parceiro IDJ, já tinha criado um projecto parecido, no ano passado, que contemplava esse prémio, mas o mesmo não avançou. Agora, o prémio será incluindo na “Praia sem covid”.
“O prémio é uma espécie de motivação, ou reconhecimento, para o bairro que, com esforço, com trabalho comprovado, e com resultados” se destaque nesta luta contra a covid.
“É mais no sentido de motivar”, reforça.
Os dados, por bairro, já foram solicitados e a partir dos dados será feito um acompanhamento da evolução da situação por cada zona. Embora, como reconhece o presidente da RACMS, não seja possível fazer uma relação exclusiva e directa acções da campanha-queda de casos, as associações acreditam que o trabalho terá, sim, impacto na comunidade.
Outras ilhas
“Praia Sem COVID” é, como o nome indica, uma campanha relativa à capital. Contudo, iniciativas semelhantes começam a tomar forma em outros pontos do país. Divânia Fortes é do Sal, e apesar residir actualmente em São Nicolau, lançou o desafio na sua ilha natal. A adesão dos voluntários foi rápida, e em pouco tempo reuniu algumas equipas de voluntários. Em meno s de 24h, já tinham sido organizados grupos em Espargos, Pedra de Lume, Preguiça e Palmeiras, aqui promovido pela Associação de Pescadores da localidade. E as mensagens de pessoas predispostas a ajudar continuavam a chegar à activista que, à distância, tenta fazer a ponte entre as várias iniciativas.
Aqui realça-se, para lá da sensibilização, a vertente social da covid. “Há muitas, muitas dificuldades”, aponta Divânia. Às vezes, não só financeiras, como da própria mobilidade devido à doença, trazendo constrangimentos aos mais diversos níveis. Um caso que aponta é o facto da Electra estar a fazer cortes de energia em pessoas que estão doentes de covid.
Como parceiros, pretende-se ter a apoio da Câmara Municipal do Sal, na área social, e também das Forças Armadas e da Protecção Civil.
Ter apoio, e ao mesmo tempo apoiar essas autoridades. “Estive a falar com uma pessoa que trabalha na Proteção Civil, e que me disse me que está esgotado, cansado”, conta Divânia.
Assim, tal como na Praia, também no resto do país é importante o djunta mon, para esta luta que é de todos. E de cada um.
Câmara da Praia lança Programa Stop covid
Depois do lançamento de “Praia sem covid”, também a CMP anunciou, esta terça-feira, o Programa Stop COVID, provido pela autarquia. Novas medidas vão ser implementadas, nomeadamente a redução do número de vendedeiras nos mercados, reforço de fiscalização ao funcionamento de espaços públicos e encerramento dos espaços desportivos e de lazer afectos à câmara, noticia a Inforpress.
A CMP também pretende actuar na sensibilização nas ruas, com carros de som para divulgação de mensagens de sensibilização mobilizar as associações comunitárias para uma “ampla campanha de sensibilização” em todos os bairros.
No lançamento da ‘Praia sem covid’, Gerson Pereira, coordenador da RACMS disse, também citado pela agência de notícias, que a CMP também tinha manifestado disponibilidade para participar na campanha. Entretanto, não foi possível apurar até ao fecho desta edição, se e como a campanha das associações e programa da autarquia funcionam em conjunto.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1014 de 5 de Maio de 2021.