Segundo o Chefe do Estado, a trajectória dos enfermeiros e enfermeiras cabo-verdianos, que sempre tiveram um papel determinante no desenvolvimento do sistema de saúde, parece inspirar-se na intrepidez da fundadora da Enfermagem moderna.
“O espírito da classe forjou-se em contextos de elevadíssimas dificuldades. Assim foi na época colonial durante a qual o número de médicos era ínfimo e as estruturas de saúde bastante precárias e, logo após a independência, altura em que o país contava apenas com treze abnegados médicos”, indica.
Jorge Carlos Fonseca lembrou que nessas circunstâncias quem, de facto, na maior parte das situações salvava vidas e socorria enfermos eram, essencialmente, os profissionais de enfermagem. “Até porque, com grande frequência, eram os únicos agentes de saúde existentes. Tinham de ser enfermeiro (a), médico(a), parteiro(a), farmacêutico(a), assistente social e psicólogo(a). Esta dura realidade talhou-lhes o perfil, diria mesmo que lhes moldou o carácter”, frisa.
Para o Chefe do Estado, muitos enfermeiros têm escrito com a sabedoria, entrega e coragem, a história do sistema de saúde de Cabo Verde e por isso, com muita justiça, já foram chamados de espinha vertebral do sistema. “São muitos os enfermeiros que ficaram célebres entre as populações das diferentes ilhas e regiões do país, pela sua dedicação à nobre profissão. Esse espírito de luta, entrega e competência, foi sendo passado de geração em geração, através da transmissão directa da experiência e do exemplo, mas, sobretudo, por meio de um instrumento fundamental: a Escola de Enfermagem".
E sublinha que os enfermeiros, hoje mais de um milhar, continuam a ser pedra angular do nosso sistema de saúde e, nessa condição, enfrentam novos desafios em termos de conhecimento, inovação e prestação de cuidados de saúde cada vez mais diversificados e complexos.
"Para fazer face a essas novas exigências, a essas novas demandas, a formação de enfermagem no país evoluiu de forma significativa, acompanhando a tendência, que tende a ser universal, que é a criação da licenciatura e da pós graduação em enfermagem. Calcula-se que mais de 90% dos enfermeiros já são licenciados o que representa um importantíssimo salto de qualidade", cita.
Jorge Carlos Fonseca destaca a criação da da Ordem de Enfermeiros, que se encontra em regime de instalação, como um outro elemento que atesta a dinâmica e importância da classe.
Por outro lado, disse que os enfermeiros tem muitos desafios a enfrentar como processo de enquadramento de enfermeiros licenciados, o incentivo à especialização e à pesquisa, que, seguramente, contarão com a determinação e capacidade de diálogo da classe.
"Num contexto de profunda crise pandémica, agradeço e felicito os profissionais de enfermagem que, no seu quotidiano, sofrem connosco, mas acima de tudo, na linha da frente, nos ajudam a construir os caminhos que, seguramente, com determinação, responsabilidade e sabedoria, nos conduzirá a um porto seguro", assegura.