Jorge Carlos Fonseca defendeu hoje que a pandemia está a agravar as vulnerabilidades existentes, principalmente para os que não têm acesso aos sistemas de protecção social, como as crianças de rua ou os deslocados internos e refugiados, de que mais de metade são crianças.
“Essa situação tende a agravar-se no actual contexto de pandemia que obriga a um maior isolamento social e a ausência das crianças de habituais espaços de protecção, como as escolas ou outros espaços infanto-juvenis, deixando muitas crianças confinadas com os seus agressores e com menos acesso aos meios de identificação e denúncia desses abusos”, indica.
Para o Chefe do Estado, com esta pandemia prevê-se um aumento da pobreza extrema no continente africano com forte impacto sobre as crianças. “Há fortes indícios de que o trabalho infantil e outros abusos infantis venham a aumentar drasticamente nos próximos tempos, fazendo recuar o trabalho que vem sendo desenvolvido e as metas propostas a este nível”.
“Não posso deixar de apelar também à necessidade do reforço da capacidade de auto-protecção das próprias crianças e adolescentes, assim como da sua participação, de modo consistente e permanente, nos assuntos que lhes dizem respeito. O que consubstancia o importante direito de serem ouvidos, de emitirem opiniões e destas serem efectivamente consideradas nas acções desenvolvidas”, aponta.
Por outro lado o Presidente da República afirmou que as situações como o desaparecimento de crianças ou de recorrentes situações de abusos sexuais continuam a afligir os cabo-verdianos e necessitam de uma resposta, principalmente no sentido de prevenir e encetar todos os esforços para evitar que mais crianças e famílias passem por tão grande sofrimento.
“Precisamos dar mais atenção e prioridade às nossas crianças, para que possam viver a sua infância e adolescência de forma saudável, protegida e feliz, e assim, possam sonhar e almejar um futuro promissor”, apela.