A meta foi apresentada pelo vice-primeiro-ministro, ministro das Finanças e do Fomento Empresarial e ministro da Economia Digital, Olavo Correia, durante a presentação do Cabo Verde Investment Fórum 2022 para o sector privado, organizado pela Cabo Verde TradeInvest.
Segundo o governante, o evento é uma oportunidade criada pelo governo para que os privados nacionais possam estabelecer parcerias com privados internacionais, com instituições financeiras de desenvolvimento, com instituições de financiamento, mas, sobretudo para que possam encontrar os melhores modelos de governança para executar os seus projectos.
“Nós queremos estabelecer uma parceria forte com o sector privado. Queremos que os privados invistam na saúde, actualmente em vários países do mundo não é o Estado que constrói hospitais, que constrói aeroportos, não é o Estado que investe em energias renováveis, não é o Estado que está no Turismo, na Agricultura, na Economia Digital”.
“São os privados nacionais, são os privados estrangeiros e os privados que estão na diáspora. E, se nós trabalharmos nessa perspectiva de parceria construtiva, seguramente conseguiremos lá chegar”, disse.
Para Olavo Correia, todos que estão na esfera pública têm de trabalhar para que o país seja, de facto, um país de empreendedores e capaz de atrair investimentos de forma transparente, com quadro regulatório claro, com clara separação de riscos e de responsabilidades, mas numa lógica de parceria perfeita.
“O sector privado cabo-verdiano não precisa de protecção. Queremos criar oportunidades e criar condições para um sector privado cabo-verdiano em parceria com o sector privado internacional”, frisou.
Cerca de 200 participantes nacionais e estrangeiros
Segundo o presidente da Cabo Verde TradeInvest, José Almada Dias, cerca de 200 participantes nacionais e estrangeiros são esperados no Cabo Verde Investment Forum.
Este Fórum, disse, é de negócio e promoção do país a nível internacional, embora seja feita em Cabo Verde, lembrando que o mesmo já foi feito em Paris, Boston e na Expo Dubai.
Os sectores em destaque são a Economia Digital, Economia Azul, Energias Renováveis, Transporte Marítimo e Aéreo, Serviços Financeiros, Agro-negócios e Turismo.
“Temos vários projectos. Temos um projecto muito interessante para ilha da Brava que entra pela primeira vez no radar dos grandes investimentos, que mistura turismo e transporte marítimo. Temos projectos na ilha do Sal e da Boa Vista que muda o paradigma de turismo hoteleiro que temos até agora” avançou.
Para José Almada Dias, há claros sinais de maturidade do destino Cabo Verde que começou com todos os destinos para apenas um turismo hoteleiro e está a evoluir para um turismo de resorts integrados, muito complexos e de grande dimensão e que vão movimentar muito mais a economia.
Conforme explicou, o financiamento desses projectos é algo progressivo, uma vez que demoram 10 anos a serem construídos. Entretanto, destacou que a maior parte já tem condições de avanços, outras estão a ultimar as negociações com o governo.
O Cabo Verde Investment Fórum regressa após dois anos de adiamento devido à pandemia da COVID-19 e deverá contar com a participação de empresários nacionais, estrangeiros e de várias instituições financeiras como o Banco Mundial, a Sociedade Financeira Internacional, o BAD, o BADEA e Fundos de Investimentos.
Entre os projectos a serem apresentados constam o Carquejinha Beach, da ilha da Boa Vista, Ponta Sirena do Sal, Atlantic Marina de São Vicente, Nortuna, Aquasun, LNG Clean Islands e Fundação Smart City.
O evento terá um formato híbrido.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1070 de 1 de Junho de 2022.