“Há sobretudo uma vontade firme de serem criadas parcerias, de se tecer uma rede para apoiar os diferentes pilares da estratégia de Cabo Verde para a política voltada para o mar (…). Com a Universidade do Algarve, enquanto espaço de produção de conhecimento e de formação, há enormes potencialidades de trabalho. Por isso, queríamos abrir avenidas no sentido de reforçarmos as relações, ir muito mais longe e também ir muito mais depressa”, disse o Presidente da República.
Para José Maria Neves, em Cabo Verde existem “enormes” potencialidades ligadas ao mar, já que o País é constituído 99% por mar, havendo uma vontade nacional que é expressa no programa do Governo, no sentido de se “transformar todas essas potencialidades em riqueza para o desenvolvimento sustentável do nosso País”.
Segundo o Chefe de Estado, Cabo Verde já tem algum trabalho feito no domínio da investigação e formação, estando também a criar condições para redinamizar as instituições para que possam trabalhar de forma “muito mais integrada, de forma mais abrangente, com muito mais intencionalidade”, toda a problemática do mar.
O Presidente da República garantiu que estão a avançar aspectos ligados ao desenvolvimento do turismo, aos transportes, às pescas, às indústrias (produção de alimentos e medicamentos), da água, entre outros, para desenvolver a investigação e a formação.
O reitor da Universidade do Algarve, Paulo Águas, prometeu que a sua instituição vai pôr todo o empenho para que possam continuar a trabalhar com Cabo Verde.
“O objectivo é de capacitar este País que sentimos como irmão, com enorme afinidade e contribuirmos para conhecer melhor a riqueza que Cabo Verde tem, através da investigação”, indicou.
A Universidade do Algarve tem 42 anos de existência, 600 academias, oito faculdades, 13 campus, 9.500 estudantes, 62 deles cabo-verdianos.
Acolhe estudantes de 88 nacionalidades (25% dos estudantes são estrangeiros) e tem 350 projectos de investigação, 49 licenciaturas, 50 mestrados e 19 doutoramento, com aposta nas áreas das pescas, aquacultura, biotecologia marinha, conservação da natureza e desenvolvimento sustentável e educação
Antes de terminar a visita à Universidade do Algarve, José Maria Neves e a sua delegação teve um encontro com sete estudantes cabo-verdianos que estudam nesta instituição, que colocaram as suas principais preocupações que têm a ver com a demora de se conseguir o visto e a residência estudantil, em Faro.
Sobre a residência, o reitor deu a garantia que o problema está sendo solucionada e que brevemente centenas de quartos devem ser disponibilizados.
Em relação ao visto, o embaixador de Cabo Verde em Portugal, Eurico Monteiro, lembrou que nesse momento já foi aprovado o regime jurídico que altera a legislação sobre imigração, o que acaba por resolver esta questão, garantindo que para o próximo ano lectivo, o processo será muito mais “célere”.