Presidente do ICIEG diz que, apesar dos desafios, Cabo Verde está numa situação “bastante benéfica” na questão do género

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,11 jul 2023 8:49

A presidente do ICIEG defendeu hoje que Cabo Verde está numa situação “bastante benéfica” na questão do género relativamente aos outros países africanos, apesar de o arquipélago enfrentar ainda alguns desafios.

“Em relação aos outros países, Cabo Verde está numa situação bastante benéfica, em relação aos outros países africanos, onde muitas mulheres e meninas nem se quer têm voz, porque há sítios em que as situações são muito mais desesperadoras do que em Cabo Verde, apesar de alguns desafios que o nosso país enfrenta ainda, nomeadamente no que tange à autonomia económica, violência baseada no género, participação das mulheres na vida política, bem como nos cargos da tomada de decisões, além de muitas delas viverem na situação de desemprego”, avaliou presidente do Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG).

Marisa Carvalho fez essas considerações em declarações à Inforpress, no âmbito do Dia Mundial da População, que se assinala hoje, 11 de Julho, este ano com foco no tema “O que as mulheres e as meninas querem, tem importância”, definido pelo “United Nations Populations Fund”.

“Consideramos o tema deste ano bastante interessante e pertinente, porque reflecte o que a metade da população mundial ainda quer alcançar, em que grande parte dos países, as meninas e mulheres constituem um número maior em relação aos homens”, avançou, sublinhando que ainda é preciso lutar para alguns direitos que ainda “não estão consagrados”.

Marisa Carvalho disse que Cabo Verde teve grandes avanços a nível do género, subindo oito posições no índice global de paridade no Fórum Económico mundial e considerou que isso é um “reconhecimento” que mostra que as questões com a desigualdade dos géneros estão a diminuir.

“As questões da igualdade do género têm que fazer valer para ambos os géneros, porque há desafios para ambos e isso temos de trabalhar de forma articulada, de forma que abrange consoante os desafios de cada um, trabalhando em articulação, para que estas questões não tenham reflexo na própria demografia”, ressalvou.

Por outro lado, avançou que na própria questão da esperança média de vida em Cabo Verde, as mulheres estão em primeiro lugar, pois, vivem mais do que os homens, justificando que estes morrem mais cedo do que as mulheres, por terem mais problemas de saúde.

“Isto constitui também alguns problemas que fazem parte do género”, observou a responsável.

A mesma fonte avançou que o ICIEG está a apostar cada vez mais na sensibilização e na consciencialização nestas questões, considerando que é uma aposta que tem de ser feita para mudar este cenário e fazer com que Cabo Verde esteja ainda melhor do que está sabendo que, conforme sublinhou, os jovens trabalham e compreendem melhor a questão da igualdade e equidade do género e direitos humanos.

No que tange ao ensino, a presidente do ICIEG adiantou também que em Cabo Verde, as raparigas em termos de educação são em maior número do que os rapazes em todos os níveis, tanto no ensino básico como no secundário e universitário, e explicou que esta taxa se deve à alta taxa de desistência e reprovação por parte dos rapazes do que as raparigas.

“Precisamos que esta taxa de educação reflicta também no mercado de trabalho porque continuo a ver mais mulheres desempregadas do que homens, precisamos de recuar no mercado de trabalho”, concretizou esta responsável.

Questionada se a promoção da igualdade entre os géneros é uma solução transversal para muitos problemas demográficos, neste domínio, Marisa Carvalho afirmou que a transformação da demografia e a sociedade está a mudar naquilo que são as suas principais características e isto tem a ver com o envelhecimento da população, por questões dos cuidados, no acesso ao mercado de trabalho e esperança média de vida.

Por fim, a mesma fonte referiu que metade da população não tem direitos garantidos, e a questão da igualdade do género, do desenvolvimento humano e a garantia da autonomia das mulheres e meninas para garantir o desenvolvimento dos países são algumas questões que os Estados devem dar mais atenção e prioridade.

O Dia Mundial da População é celebrado anualmente a 11 de julho, com o objectivo de sensibilizar para as questões relacionadas com a população e reconhecer a importância das políticas demográficas no desenvolvimento socioeconómico dos países.

Este Dia foi proclamado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 21 de Dezembro de 1990.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,11 jul 2023 8:49

Editado porAndre Amaral  em  6 abr 2024 23:26

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