World Economic Outlook do Fundo Monetário Internacional diz que o PIB nacional deverá crescer 4,4% este ano e 4,5% em 2024.
Os dados foram divulgados esta terça-feira em Marraquexe, Marrocos, e apontam para um crescimento estável da economia nacional em 2023, em 2024 e fazem a projecção de que a economia continue a crescer até 2028, ano em que o PIB deverá registar um aumento de 4,8%.
Já o crescimento dos preços no consumidor (inflação) será de 5,2% este ano estabilizando depois nos 2% em 2024 e até 2028, prevê o Fundo Monetário Internacional.
A Taxa de Desemprego, aponta o FMI, deverá manter-se estável ao longo dos próximos anos. Segundo o World Economic Outlook a população activa desempregada deverá rondar os 8,5% até 2028.
No que respeita ao comércio externo, o FMI prevê que as importações de bens e serviços cresça 12,3% em 2023 e 6,4% em 2024 continuando a diminuir em 2025 quando as previsões apontam para um crescimento de 5,9%.
Já as exportações de bens e serviços deverão manter o ritmo de crescimento. O Fundo Monetário Internacional aponta para uma evolução na ordem dos 15,4% em 2024, abrandando para 9,2% em 2024 e 8,8% em 2025.
A arrecadação fiscal por parte do Estado deverá abrandar já a partir do próximo ano. Depois de um crescimento acentuado entre 2022 e 2023, em que a arrecadação fiscal aumentou o seu peso no PIB de 21,8 para 24,9%, o FMI estima que em 2024 esta estabilize em torno dos 24,7% do PIB aumentando, em 2025, para os 25,6%.
Já a despesa do Estado, depois de ter crescido entre 2022 e 2023 (de 25 para 29% do PIB), deverá diminuir em 2024 para 27,9% do Produto Interno Bruto.
Já no que respeita ao crescimento da população, o FMI refere que o número de pessoas a residir em Cabo Verde deverá continuar a crescer. Os dados divulgados mostram que Cabo Verde deverá ultrapassar os 600 mil habitantes em 2027 depois de anos de crescimento contínuo.
Comparação com os PALOP
Os dados divulgados pelo FMI mostram que, entre os PALOP, só Moçambique (7% este ano e 5% em 2024) e a Guiné-Bissau (4,5% este ano e 5% em 2024) terão um crescimento económico maior que Cabo Verde, enquanto na África subsaariana o crescimento do PIB deverá rondar os 3,3%.
“Na África subsaariana, o crescimento deverá declinar para 3,3% em 2023 antes de aumentar para 4% em 2024, havendo revisões em baixa de 0,2 pontos e 0,1 pontos, respectivamente, para 2023 e 2024, com o crescimento a manter-se abaixo da média histórica de 4,8%”, diz o FMI no relatório sobre as Perspectivas Económicas Mundiais, hoje divulgado em Marraquexe, onde decorrem os encontros anuais do FMI e do Banco Mundial.
INE apresenta Contas Trimestrais
Também o Instituto Nacional de Estatística apresentou, no passado dia 4, as Contas Nacionais Trimestrais relativas ao segundo trimestre deste ano.
Segundo o documento, o PIB teve uma variação positiva de 3,4% em termos reais em relação ao mesmo período do ano anterior. Embora os números mostrem um crescimento sólido, eles representam uma desaceleração em relação ao trimestre anterior, com uma queda de 5,1 pontos percentuais (p.p.).
Do lado da oferta, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) teve desempenhos variados nos diferentes sectores da economia. Destacam-se positivamente as actividades de Indústrias transformadoras, Transporte e armazenagem, Alojamento e restauração, e Administração pública, que contribuíram positivamente para o crescimento do PIB. No entanto, o ramo da Agricultura registou uma diminuição significativa de 19,5%, influenciando negativamente o crescimento económico.
A Indústria de Transformação liderou o crescimento com um aumento de 13,6%, contribuindo positivamente em 0,7 p.p. para o PIB. Em contrapartida, o sector de Construção teve uma queda de 12,0%, exercendo uma influência negativa de 0,9 p.p. no crescimento total do PIB.
O sector de Comércio e reparação enfrentou desafios, com uma variação homóloga negativa de 6,6%, influenciando negativamente o PIB em 0,9 p.p.
As actividades de Transporte e armazenagem, bem como Alojamento e restauração, demonstraram um bom desempenho com variações positivas de 14,4% e 10,0%, contribuindo em 1,1 p.p. e 0,5 p.p., respectivamente, para o crescimento do PIB.
A Administração Pública também registou um aumento sólido de 8,3%, contribuindo positivamente em 0,9 p.p. para o crescimento total.
No lado das despesas, o Consumo Final, tanto privado quanto público, teve um aumento homólogo positivo de 4,4%. O consumo privado aumentou 5,4%, enquanto o consumo público cresceu 1,0%.
O Investimento, por outro lado, enfrentou desafios significativos com uma queda de 46,9%.
As Exportações de Bens e Serviços tiveram uma variação homóloga negativa de 4,2%, enquanto as Importações de Bens e Serviços diminuíram 17,1%. As exportações de bens diminuíram 31,5%, enquanto as exportações de serviços tiveram um aumento de 7,6%.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1141 de 11 de Outubro de 2023.