Na sua tradicional mensagem de Ano Novo, José Maria Neves explicou que o diálogo e a cooperação entre esses órgãos contribuem para o “sucesso do processo de modernização económica e social” do país.
“Ninguém ganha com disputas estéreis de protagonismo ou com tensões desnecessárias que provocam cansaço das instituições democráticas e empobrecem o processo de formação das políticas públicas”, comentou.
E prosseguiu: “As pessoas não podem perder a esperança e a confiança. Temos de trabalhar para garantir mais crescimento e mais competitividade nacional, mais empregos, rendimentos para as famílias, mais segurança pública e melhor saúde, mais e melhor educação e oportunidades para todos”.
O chefe do Estado defendeu que só é possível ter políticas públicas “mais bem conseguidas” em domínios que exigem consensos alargados como são os casos da saúde, educação, dos transportes, da segurança e ordem públicas, se houver “confiança e respeito “entre os principais actores políticos.
“Nenhum país consegue viver em permanente campanha eleitoral. Há tempo para disputas e para entendimentos e acordos, respeitando as escolhas dos cabo-verdianos e as competências de cada um”, afirmou.
José Maria Neves apontou ainda que é “fundamental” restaurar a confiança, sobretudo dos jovens, no país.
“Temos talentos, nas ilhas e na diáspora, para andarmos mais depressa, sofisticarmos o processo decisório e sermos muito mais eficientes”, disse, sublinhando que é necessário garantir a igualdade de oportunidades, privilegiar o mérito e a cultura de resultados e fazer a avaliação das políticas e do desempenho individual e organizacional.
O Presidente da República destacou a necessidade de despartidarização da administração pública, de redução dos custos de participação política, de atribuição de mais poderes e mais recursos às ilhas e aos municípios e de combate a todas as formas de corrupção.
A nível internacional, desejou paz no mundo, em 2025, defendendo que é essencial o diálogo entre os beligerantes e outros actores relevantes, para construir a paz e reerguer as bases fundantes da dignidade da pessoa humana.
“Num contexto complexo e caótico, caracterizado por guerras, conflitos, restrições à mobilidade das pessoas e descriminação dos imigrantes, alterações climáticas e protecionismo comercial, um pequeno Estado como Cabo Verde deve agir com prudência, pragmatismo, realismo e inteligência”, sublinhou.
Por outro lado, lembrou que em 2025, Cabo Verde comemora os 50 anos da independência, por isso, pediu aos municípios, aos partidos políticos, a toda a sociedade civil e aos cidadãos a junção de esforços em torno dos “ideais da independência”, para que haja uma comemoração, com “criatividade e olhando em frente, esse momento ímpar na vida política do país”.
“Devem ser comemorados com vigor e entusiasmo. Não se trata de comemorações centradas no poder político ou na glorificação do passado. Trata-se de um dever de memória, de um momento de valorização da história, de imaginação do futuro”, afirmou.
Aproveitou para desejar a todos os cabo-verdiano e aqueles que escolheram este país para viver, tanto nas ilhas e na diáspora, sobretudo, para aqueles que estão privados da sua liberdade, os doentes, as pessoas com necessidades especiais, os mais vulneráveis, paz, saúde, sucessos e felicidades, em 2025.
No fim da sua mensagem reiterou o compromisso de continuar a trabalhar “serenamente” pela liberdade, democracia, pelo prestígio das instituições políticas e económicas, pelo progresso social e pela “substancial melhoria da qualidade de vida” de todos.