Jorge Figueiredo falava aos jornalistas à margem da sua primeira visita ao maior hospital do país, o Hospital Universitário Agostinho Neto.
“Duas grandes deficiências [do Sistema Nacional de Saúde] têm a ver com a recolha dos dados e a sua análise para apoiar as decisões de política, sendo a vigilância epidemiológica que abrange todas as unidades sanitárias do país, os serviços descentralizados, desconcentrados do Ministério, as delegacias de saúde, os centros de saúde, os hospitais, e, portanto, isso só é possível com a informatização do sistema”, reconheceu.
O governante enfatizou que o processo já se encontra em fase avançada, com o apoio do Banco Mundial.
“Estamos já muito avançados nesta matéria, é um trabalho que encontrei, com o apoio do Banco Mundial. Estamos empenhados para que rapidamente esse desiderato seja concluído e as pessoas sejam observadas, qualquer sistema de relação médico-paciente, enfermeiro-paciente, seja informatizado, para termos ideia de quais são os reais gastos, quais são os reais problemas e quais são os dados de saúde que podemos obter rapidamente para ir orientando as decisões de política em Cabo Verde. Será [concluído] durante este ano”, garantiu.
Melhoria da prestação de cuidados de saúde
Ainda nas suas declarações, o ministro da Saúde sublinhou a importância do Hospital Agostinho Neto para a prestação de cuidados especializados, já que cerca de 70% da população cabo-verdiana depende desses serviços.
“Houve um processo de complexização interessante, estamos cada vez mais a melhorar, em termos de especialidades, a resposta às demandas. Neste momento, já temos a hemodiálise a funcionar já há algum tempo e os médicos e o hospital estão a organizar-se, para responder aos transplantes renais”, exemplificou.
Sobre a percepção da população relativamente ao sistema de saúde, o ministro considerou que a mesma ainda não absorveu o quanto se ganhou em termos de prestação de serviços.
“É evidente que temos problemas e esses problemas devem ser encarados”, reconheceu.
Para isso, o ministro afirmou que será lançada uma política de comunicação que visa informar os cidadãos sobre as melhorias e o funcionamento dos serviços.
O ministro admitiu ainda os desafios na contratação de especialistas e na gestão dos recursos humanos, afirmando que a questão já foi equacionada devidamente pelo próprio sistema e que a sua resolução vai depender dos recursos financeiros que se conseguirem alcançar.
Obras no bloco operatório
Sobre as obras no bloco operatório do Hospital Central da Praia, o ministro não especificou prazos para a conclusão dos trabalhos.
“Não sei dizer quando estarão prontas, estão a enfrentar algumas dificuldades. Os blocos operatórios não podem estar inactivos, vamos encontrar uma alternativa provisória ou transitória. Temos dois blocos a funcionar, faltarão duas salas e iremos, proximamente, com certeza, resolver”, disse.
Para mitigar a situação, o governo estuda parcerias com o sector privado, desde que consiga contratos de parceria que sejam úteis para a população de Cabo Verde.