Segundo o Boletim Oficial de hoje, 4, o documento começou a vigorar desde o início do mês e pretende responder aos desafios da sociedade actual, marcada por transformações rápidas, exigindo cidadãos capazes de aprender ao longo da vida e de se adaptar a contextos em constante mudança.
“O Perfil dos Alunos à Saída do Ensino Secundário constitui-se como matriz comum para todas as escolas, abrangendo diferentes vias e percursos, e assegura a coerência do sistema educativo”, refere o despacho.
Este instrumento deverá orientar tanto a definição dos currículos como o planeamento, a realização e a avaliação das aprendizagens.
Conforme a mesma fonte, o documento incorpora princípios orientadores, visão do aluno a promover, valores, atitudes e áreas de competências a desenvolver durante todo o percurso escolar.
Entre as competências apontadas estão capacidades cognitivas e metacognitivas como o pensamento crítico, criatividade e autorregulação; competências sociais e emocionais como empatia e colaboração; e ainda competências tecnológicas, procedimentais e psicomotoras.
“Assiste-se a mudanças societais e científicas que exigem dos alunos uma capacidade de adaptação, criatividade e inovação”, justifica o Governo.
A construção deste perfil resulta de um processo participativo alargado que envolveu escolas, professores, alunos, associações, sindicatos, investigadores e instituições de ensino superior.
O novo referencial obriga também a um reforço na formação docente, que deverá focar-se em práticas pedagógicas promotoras do desenvolvimento integral dos alunos, nomeadamente autonomia, responsabilidade, espírito crítico e capacidade de resolver problemas.
A formação de professores passará, assim, a alinhar-se diretamente com os objetivos estabelecidos neste perfil.
No Boletim Oficial, o Governo garante ainda que este instrumento educativo surge em consonância com orientações internacionais, como os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e os quadros de referência da OCDE para as competências do século XXI.