O apoio estende-se às ilhas de Santo Antão e São Nicolau, igualmente afectadas pelas últimas chuvas.
“Então, estamos a FAO a trabalhar juntamente com o Ministério do Mar no restabelecimento da pesca, a apoiar as famílias afectadas, a questão também da alimentação, as peixeiras diretamente que foram muito afectadas, mas também toda a parte do Imar que foi afectada, que é um tema com o qual estamos também preocupados, enfim, apoiando. Aqui estamos com a representante da OMS, uma colega especialista em emergência e saúde, a trabalhar com a Delegacia de Saúde também, na questão da vigilância sanitária, vigilância das endemias, restabelecimento dos serviços também, fundamentalmente dos serviços de saúde. Essa é uma outra tarefa”, aponta.
Patrícia Portela de Souza garante que também o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) está a trabalhar na área da educação, nomeadamente na avaliação do impacto das cheias nas escolas, para assegurar que, em Setembro, os estabelecimentos de ensino estejam a funcionar no arranque do novo ano lectivo. A ONU está igualmente a apoiar na questão habitacional, em benefício das famílias desalojadas.
A meta é reconstruir com resiliência, tendo em conta as questões climáticas.
“A meta é reconstruir melhor. O tema da resiliência. A questão das alterações climáticas é uma questão real, estamos vendo isso em várias partes do mundo e, infelizmente, Cabo Verde não foi uma excepção. Então, o mais importante é focar nesse restabelecimento da normalidade, apoiando as pessoas, sobretudo as que foram mais afectadas, e também reforçando as instituições para que o restabelecimento dessa normalidade seja feito de forma célere e para reconstruir melhor, reconstruir com resiliência, pensando em estruturas resilientes, em ações resilientes. Aqui destaco também a necessidade de apoiar a economia local, que faz parte desse restabelecimento da normalidade”, refere.
OMS intensifica ações de saúde e vigilância sanitária
No sector da saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) está a apoiar as autoridades locais na elaboração de um plano de resposta de emergência para prevenir riscos de doenças que possam surgir após a tempestade. A especialista em emergência e saúde, Ann Lindstrand, representante da OMS em Cabo Verde, está a trabalhar com a Delegacia de Saúde de São Vicente na área da vigilância sanitária.
“Temos riscos de doenças como diarreia, doenças respiratórias, e relacionadas com mosquitos, com toda esta água estagnada. É perigoso. Há um reforço de recursos humanos que vai chegar, temos em andamento um plano para que, se tivermos cólera ou outras doenças diarreicas, possamos ter um plano de urgência para responder muito rapidamente a isso. Também temos de agradecer aos profissionais de saúde, que estão desde o primeiro momento a trabalhar muito duro, 24 horas por dia”, afirma.
A OMS está a apoiar com técnicos, mas Ann Lindstrand lembra que a população também pode contribuir, através da higienização das mãos, do consumo de água potável, da luta antivectorial e do combate a águas paradas.
A agência da ONU garante ainda estar pronta para enviar medicamentos e outros materiais que se tornem necessários neste momento.