A posição do partido foi manifestada hoje, em conferência de imprensa, pelo presidente da Comissão Política Regional, Alcides Graça.
“Esta câmara foi eleita para proteger os munícipes e não para coloca-los em risco. Se acontecer uma desgraça, quem será responsabilizado? É verdade que não tem chovido, mas ninguém pode ignorar que a qualquer momento ela pode cair e com força. Esses lotes, criados na linha de água da chuva, para além do perigo que representa para os munícipes, constituem um crime urbanístico dentro da cidade do Mindelo”, entende.
O facto é que a construção da primeira habitação já se iniciou, conforme constatou no local a Rádio Morabeza.
Segundo o PAICV, no total, foram criados sete lotes. Alcides Graça recomenda a suspensão imediata das obras.
“A câmara deve indemnizar todos aqueles que já iniciaram as construções de todas as despesas realizadas até agora e mandar suspender as obras imediatamente, sob pena de ser responsabilizada por uma eventual desgraça que possa vir a acontecer”, defende.
O líder do PAICV em São Vicente recorda situações semelhantes e alerta para as consequências imprevisíveis que podem resultar do bloqueio das zonas de drenagem da água das chuvas.
“Na Pedra Rolada, na época em que a presidente Isaura [Gomes] exercia o seu mandato, foi construída uma placa desportiva dentro da ribeira. Em Ribeira de Craquinha, o projecto Casa Para Todos foi construído dentro da ribeira e ultimamente está-se a construir, julgo ser uma residência, dentro da mesma ribeira. Se a moda pega, qualquer dia, o caminho da água estará completamente bloqueado e com consequências imprevisíveis”, alerta.
O PAICV diz que nenhuma correcção torrencial foi feita antes do início dos trabalhos e não descarta a hipótese de pedir o embrago das obras. Uma situação que, na óptica do partido, só está a acontecer porque São Vicente não tem um Plano de Desenvolvimento Municipal.
A Rádio Morabeza procurou uma reacção junto da Câmara Municipal, que prometeu um pronunciamento para breve.