Num encontro com a comunicação social para falar sobre o programa da visita, Jorge Carlos Fonseca referiu que, cinco anos depois, regressa a uma Assembleia Geral da ONU, que classificou como "o mais importante evento da diplomacia mundial que se celebra todos os anos".
Na tarde do próximo dia 26, o Presidente da República cabo-verdiano falará de temas como as alterações climáticas, a questão dos refugiados ou a resolução dos conflitos, mas o principal destaque será dado à pena de morte.
Jorge Carlos Fonseca vai fazer uma abordagem no quadro das comemorações dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, "chamando a atenção da pena de morte ainda vigorar em alguns estados" e lembrando "um percurso interessante em relação à sua abolição e à moratória quanto à execução".
A pena de morte "representa uma entorse ao ideário humanitário, ao princípio de afirmação da pessoa humana, mas, sobretudo, é uma pena irracional e absurda", disse.
"É neste contexto que boa parte da minha intervenção será uma referência aos direitos fundamentais e à questão da pena de morte. Falarei disso quando falar com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, com os chefes de Estado e do governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e em outras atividades que tiver, nomeadamente na cimeira de alto nível Nelson Mandela sobre a paz", declarou.
E acrescentou: "Esse é um tema sobre o qual não terei nenhuma reserva em abordá-lo enquanto representante de Cabo Verde".
Na agenda de Jorge Carlos Fonseca constam ainda encontros com entidades da diplomacia mundial e a participação na cimeira de alto nível Nelson Mandela sobre a paz.
Este é "um evento muito importante por aquilo que Nelson Mandela representa como símbolo e execução de valores como a paz, a democracia e tolerância no mundo, como instrumentos de resolução pacífica dos conflitos e um bom equilíbrio das relações internacionais", adiantou.
O chefe de Estado vai igualmente participar no Fórum Global Bloomberg de Negócios, em Nova Iorque, onde estarão presentes a presidente do FMI, o presidente do Banco Mundial e o filantropo e patrono do fórum, Michael Bloomberg.
No âmbito desta visita, e enquanto presidente em exercício da CPLP, Jorge Carlos Fonseca irá ainda ter um encontro informal com os chefes de Estado e do governo desta comunidade.
Será "uma oportunidade para falar de temas importantes como a mobilidade, os oceanos, a posse do próximo secretário, o embaixador português Ribeiro Teles, sobre a Semana dos Oceanos, que vai decorrer no Mindelo (ilha de São Vicente) e do novo diretor do Instituto Internacional de Língua Portuguesa", que ainda não foi nomeado.
No último dia desta visita, o Presidente da República vai "discursar numa reunião de alto nível sobre doenças não transmissíveis".
Neste encontro, falará sobre "os ganhos e os desafios de Cabo Verde" nesse domínio, concretamente, sobre o problema do alcoolismo no país e o seu o impacto, assim como na iniciativa presidencial "Menos álcool, mais vida".