Primeiro-ministro diz que a segurança é dos “maiores activos” de Cabo Verde

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,29 nov 2019 19:16

O primeiro-ministro, Ulisses Coreia e Silva, disse hoje, no Parlamento, que segurança é dos “maiores activos de Cabo Verde”, pelo que todos devem comprometer-se com este desiderato.

“A segurança é a parte da estabilidade e da confiança, um dos maiores activos do país”, realçou Ulisses Correia e Silva, que citou um antigo Presidente da República como tendo dito que Cabo Verde é uma questão de imagem, que é projectada enquanto nação.

Para o chefe do executivo, não se deve transformar o Parlamento em sede de “numeração de nomes de crianças desaparecidas e pessoas assassinadas”.

“Não fica bem ao nosso Parlamento usar esses argumentos, que são dispensáveis, para fazermos construir um argumento do reforço da segurança no país”, lamentou o primeiro-ministro, acrescentando que que têm responsabilidades políticas não podem ser “lançadores de mais combustível para aumentar o lume”.

O primeiro-ministro fez essas considerações em reacção às declarações do grupo parlamentar (GP) do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV-oposição) que questionou Ulisses Correia e Silva sobre a avaliação que faz em relação aos resultados da segurança no país.

Segundo o porta-voz do GP do maior partido da oposição, João Baptista Pereira, o Governo já apresentou ao Parlamento vários orçamentos e investimentos no sector da segurança e, segundo ele, com tudo isto o executivo “não conseguiu enfrentar os novos fenómenos criminais em Cabo Verde, nomeadamente o desaparecimento de crianças”.

“O Governo não conseguiu resolver os problemas da criminalidade que no último ano se agravaram substancialmente em Cabo Verde”, afirmou o vice-presidente da bancada parlamentar do PAICV, apontando como alguns exemplos o atentado contra o presidente da Câmara Municipal da Praia e o recente assassinato do agente Hamilton Morais, cujo alegado autor dos disparos se suponha ser um colega da vítima que, neste momento, se encontra em prisão preventiva na Cadeia Central da Praia.

O director nacional da Polícia, Emanuel Estaline Moreno, depois de cerca de uma semana da ocorrência, veio a publico dizer que o referido agente foi morto acidentalmente.

Assim, o partido da estrela negra indagou o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha se vai apresentar um “pedido público de desculpas” ao cidadão José António Carvalho (Jamaica) detido na sequência da morte do agente Hamilton Morais e apresentado aos cabo-verdianos como “cadastrado e criminoso” e suposto assassino do referido agente, quando, na verdade, afirmou João Baptista Pereira, “se sabia o que, efectivamente aconteceu”.

Reagindo às declarações da bancada da oposição, Paulo Rocha afirmou que João Baptista “já acostumou o Parlamento com o seu barulho”, mas que hoje o deputado atingiu limites que nem imaginava.

“Vir aqui trazer a questão do falecido agente Hamilton [Morais] para tentar explorá-lo até ao tutano e de maneira ignóbil, fingindo-se o mais sensível de todos os seres, não convence a ninguém”, declarou o responsável pelo departamento governamental da Administração Interna.

A questão da segurança trazida à liça pelo PAICV suscitou várias intervenções por parte dos parlamentares, nomeadamente do deputado Emanuel Barbosa (Movimento para a Democracia – MpD, poder) que classificou este partido de “casos e de representante de marginais”.

Acusou o partido da estrela negra de “grande falta de sentido de Estado” e de comprometimento com Cabo Verde, “mostrando que vale mais do que o país”.

Por sua vez, já num tom mais reconciliador, o deputado João Gomes (MpD), lembrou que antes de ontem foi publicado num ‘site’ francês que Cabo Verde é o “segundo destino turístico mais seguro do mundo”, e, por isso, comparou a segurança à “galinha de ovos de ouro”, que deve “ser preservada”.

Na perspectiva do parlamentar do PAICV Júlio Correia, a questão da segurança “não se resolve com os políticos de costas voltadas”.

“O Parlamento não pode produzir um discurso que o criminoso possa sentir algum conforto”, comentou, acrescentando que neste caso os deputados devem falar a única voz para que o “criminoso treme lá fora”.

Para o PAICV, o executivo de Ulisses Correia e Silva ainda não conseguiu reduzir o sentimento dos cabo-verdianos em relação à insegurança, devido a “roubos, furtos, assaltos e homicídios” registados no país.

A área da segurança, de acordo com o chefe do Governo, em termos de recursos, será reforçada no OE-2020, atingindo 14 por cento (%), face a 2019, correspondente a cinco milhões de contos.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,29 nov 2019 19:16

Editado porSara Almeida  em  20 ago 2020 23:21

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