A convicção foi manifestada no discurso do encerramento da XII Convenção do partido que aprovou por unanimidade a Moção Estratégica de Orientação Política Geral para os próximos três anos.
“O MpD sai mais forte para vencer as autárquicas de 2020, as legislativas de 2021 e apoiar um candidato à Presidente da República vencedor”, apontou Ulisses Correia Silva.
O presidente do partido garantiu ainda que o MpD sai desta Convenção como um partido moderno que estimula a paridade de género, dá oportunidade aos jovens, aposta no poder local e engajado com o desenvolvimento regional.
Por isso informou que o MpD quer realizar a regionalização e prometeu abrir um “bom” debate, “num momento certo”, para se encontrar as melhores vias para solucionar o encontro entre a forma de solucionar o problema, entre a forma de organização do Estado e a realidade geográfica, económica e social do país.
“Não temos modelos acabados, mas é preciso discutir e debater mais para encontrar as melhores soluções. Não tenhamos pressa, no momento em que for possível fazer, far-se-á “notou.
Para isso, o também primeiro-ministro indicou a necessidade de uma “grande convergência e consenso político” porque, conforme defendeu, o MpD sozinho não consegue fazer a regionalização, uma vez que necessita de dois terços para a sua aprovação.
Para concluir, Ulisses Correia reafirmou que é candidato a primeiro-ministro de Cabo Verde nas eleições legislativas de 2021.
“Para terminar, quero reafirmar que tenho uma única agenda, a que é continuar a liderar o MpD e apresentar-me nas próximas eleições como candidato a primeiro-ministro”, concluiu.
Unanimidade
A Moção Estratégica de Orientação Política Geral apresentada Ulisses Correia e Silva na Convenção foi aprovada por unanimidade.
Esta moção de estratégia tem como lema “reforçar o compromisso com Cabo Verde” porque, segundo o presidente do partido “esta é a missão do partido, que agora vai ser reforçada”.
Segundo Ulisses Correia e Silva, este é mais um instrumento que incorpora aquilo que é o sentimento dos cabo-verdianos para um crescimento “cada vez maior”.
O líder do partido no poder realçou que não existe conflito entre “o seu partido é Cabo Verde” e “o seu partido é MpD”, porque é um partido só, mas quando se refere que o seu partido é Cabo Verde significa que o MpD “não exclui” ninguém.
O líder do MpD anunciou que há um grande trabalho a fazer, que é a Reforma da Administração Pública, e explicou que as preocupações dos militantes são “legítimas”, mas relembrou-os que estão a “carregar” uma administração que foi formatada por volta de trinta anos de uma determinada forma.
“Não são 15 anos não. É de 1975 a 1990, depois houve um período de 10 anos que não foi suficiente para desmontar a forma como a Administração do Estado estava formatada e depois vieram mais 15”, salientou o líder do MpD.
Segundo o mesmo, o movimento da mudança às vezes é lento porque “mexe-se com uma máquina”, mas acentuou que não tem dúvidas de que no período que tem de mandato, vai ter uma administração “totalmente diferente”, mais voltada para o serviço público, mais exigências no desempenho e na avaliação dos funcionários, e transformá-los em servidores do Estado e não dos partidos políticos.
Defendeu ainda que se não houver um caminho muito claro em relação a isso, não é possível mudar esta situação, reconhecendo que há problemas e reivindicações, mas o essencial é não desviar-se.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 954 de 11 de Março de 2020.