“Não vamos ter aumento de impostos, porque isso seria agravar ainda mais a situação da economia, no global, e a situação da economia familiar, das pessoas e a situação das empresas, que mexe depois com o ciclo de rendimento, consumo e produção. Entraríamos num sistema de austeridade que, no caso de Cabo Verde, não pode ser efectivado”, garante.
Ulisses Correia e Silva aponta para uma forte quebra de receitas fiscais e destaca o endividamento externo como única saída possível. O chefe do Governo não tem dúvidas de que “vamos ter um aumento da dívida externa e que é por causa disso que temos que trabalhar para mitigar esses efeitos”.
O primeiro-ministro diz que o objectivo é evitar colapsos a nível do sistema de saúde, assim como do ponto de vista social e económico.
“Esta crise coloca-nos a todos esse grande desafio: primeiro, sobreviver, depois, adaptar à situação, evitar o colapso do sistema de saúde, evitar o colapso social e económico. E é por isso que nós implementámos as medidas de protecção ao emprego, através do lay-off, do subsídio de desemprego muito mais agilizado e flexibilizado. Com esses dois instrumentos, beneficiámos mais de 15 mil trabalhadores do sector empresarial”, realça.
O primeiro-ministro aponta outras medidas, nomeadamente linhas de crédito com garantias para apoiar a liquidez das empresas, moratórias para pagamento de créditos e de impostos, assim como medidas de protecção social como Rendimento Solidário, Rendimento Social de Inclusão e ajuda alimentar.
A entrevista ao Primeiro-ministro à Rádio Morabeza foi transmitida esta quarta-feira de manhã, numa edição especial do Panorama 3.0 e pode ser ouvida online.