Esta posição foi assumida hoje, em conferência de imprensa, na Cidade da Praia, pelo vice-presidente Rui Semedo, para quem o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) recebeu “com tranquilidade” a decisão do Ministério Público.
“O PAICV condena, de forma veemente, esta atitude do MpD [partido no poder] de pressão ilegítima e despropositada contra os profissionais da justiça só pelo facto de estar em causa a credibilidade das suas denúncias infundadas e irresponsáveis com o único objectivo de assassinato de carácter das pessoas”, precisou.
É que, para Semedo, “os intentos do MpD ficaram gorados e os seus dirigentes não tem conseguido esconder a sua frustração, o seu desencanto e uma indisfarçada e colérica fúria em relação a tudo e todos não poupando nem as instituições da Justiça”.
Esta atitude, vincou, demonstra que o partido que suporta o Governo “não estava interessado na justiça”, mas sim numa “tentativa grosseira de manipular e instrumentalizar” a justiça para “perseguir membros do PAICV e cidadãos inocentes”, para “condicionar a participação política” e “colher dividendos políticos e eleitorais”.
“Agora que os seus intentos não foram conseguidos voltam-se, com toda a sua revolta, contra a Justiça e os seus profissionais, que o MpD tenta substituir para fazer justiça na praça pública e, como se costuma dizer, “com as suas próprias mãos”, sentenciou.
O dirigente realçou que o MpD pretendia que as instituições da justiça dessem seguimento às “sentenças públicas” que tinha proferido anos atrás, condenado e punindo a todos porque havia um “interesse claro” em atingir o PAICV na sua dignidade e “pôr em causa os princípios e valores do rigor, da transparência”.
Rui Semedo considera que o Movimento para Democracia (MpD) de “desespero e fúria desatinada neste momento que perdeu o sentido de responsabilidade e o sentido de respeito pelas Instituições da República”, alegando que “o que está em causa é o jogo político e a tentativa de eliminar o adversário pela via da calúnia e da difamação”.
As farsas minuciosamente arquitectadas, comentou, caíram por terra quando se confirmou que os titulares envolvidos não utilizaram os recursos do Estado em proveito próprio e que houve transparência no acesso aos recursos do fundo, que beneficiaram directamente as pessoas com um conjunto de equipamentos económicos e sociais.
O PAICV, segundo manifestou, acredita que toda esta “pressão ilegítima” e todos estes “ataques gratuitos” às instituições da Justiça “não irão ter nenhum impacto” no curso das decisões sobre este ou outros processos.
“Acreditamos na isenção e na imparcialidade dos órgãos judiciais, na independência dos tribunais e na seriedade dos magistrados”, declarou.
Na semana passada, também o MpD, através da sua secretária geral Filomena Delgado, se manifestou sobre o desfecho do caso do Fundo do Ambiente, considerando que “não se fez justiça” e que ficaram “coisas” por esclarecer.