“Parece-nos que Janira Hoppfer Alamada oportunisticamente se aproveita do momento em que um caso judicial está a ser transformado em julgamentos populares no Facebook, com contornos de fanatismo político, para tentar zerar tudo o que tem sido as reformas feitas pelos sucessivos governos em matéria de ordenamento do território, a ponto de afirmar que não existe uma política do território em Cabo Verde”, acusou hoje, em conferência de imprensa, o secretário-geral do MpD, Miguel Monteiro.
“Esta forma irresponsável de actuação da presidente do PAICV, já é uma imagem de marca dela, que se confirma mais uma vez”, reforçou o dirigente do MpD.
PAICV quer transparência na gestão de terrenos
A presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Janira Hopffer Almada, afirmou hoje que o partido quer que a gestão de terrenos seja feita com transparência e que a sua disponibilização deve nortear-se por critérios claros e objectivos, visando o bem comum e o interesse colectivo.
Estas acusações surgem na sequência da conferência de imprensa em que a líder do maior partido da oposição, Janira Hopffer Almada, ter pedido, numa conferência de imprensa realizada na quarta-feira, mais transparência na gestão dos terrenos.
Em declarações aos jornalistas, a líder do PAICV disse que muitas têm sido as denúncias sobre a forma “pouco clara” como vem sendo feita, nalguns casos, a gestão de terrenos municipais
“De facto, constatamos a olho nu que milhares de famílias cabo-verdianas não conseguem um único metro de terreno para construírem as suas casas, enquanto alguns cidadãos e algumas empresas têm acesso a vários lotes – alguns até de natureza e características privilegiadas”, disse.
Miguel Monteiro, em jeito de resposta, diz que a actual presidente do PAICV, no que respeita à questão da gestão dos terrenos, não será “a melhor conselheira. Afinal, foi no anterior governo que milhares de hectares foram cedidos a camaradas e pessoas sem qualquer experiência nas áreas turísticas e afins. Aliás, foi essa gestão amiga e camarada que o PAICV nos habituou, que levou que tivéssemos esses milhares de hectares sem qualquer construção, ou investimento, na posse de pessoas sem capacidade de gestão, ou angariação de investimentos, apenas à espera de momentos de especulação, ou seja, bloqueando oportunidades, investimentos e emprego”