Em conferência de imprensa proferida esta manhã, o responsável local do PAICV disse que a candidatura de Augusto Neves está a aproveitar-se da sua condição para fazer campanha com recursos e instrumentos da câmara. Graça aponta a instalação de um gabinete que trabalha as redes sociais da candidatura dentro da edilidade, recorrendo a funcionários da autarquia. Também acusa o presidente substituto Rodrigo Rendall e o vereador José Carlos de contratarem “generais de campanha” como funcionários da autarquia, o que terá aumentado a folha salarial em cerca de 50%.
“A câmara foi transformada numa sede de campanha do MpD. Dizemos isso porque todo o trabalho das redes sociais da candidatura do MpD está a ser feito a partir da Câmara Municipal de São Vicente. Inclusivamente foram deslocados funcionários da câmara para o gabinete que trata das redes sociais da candidatura do MpD, e esse funcionário é pago com os recursos de todos nós”, denuncia
“A câmara continua a contratar generais de campanha disfarçados de trabalhadores. A folha salarial cresceu, nos últimos 3 meses, em cerca de 50%. Tudo isto é feito pelas mãos do presidente substituto e do vereador José Carlos, sobe o comando do ex-presidente”, acusa.
O presidente da Comissão Política Regional do PAICV entende que tanto Rodrigo Rendall como José Carlos não estão a trabalhar para o município, mas sim para a candidatura do partido no poder. Alcides Graça considera que a situação coloca os outros partidos em situação de desvantagem. Por isso pede a intervenção da Comissão Nacional de Eleições.
“Pedimos a CNE que faça uma vistoria às instalações dos Paços do Concelho para confirmar o que estamos a denunciar. Pedimos também o afastamento imediato dos vereadores Rodrigo Rendall e José Carlos por serem candidatos à Câmara Municipal de São Vicente nas próximas eleições autárquicas, e que sejam substituídos por outros vereadores que não são candidatos”, pede.
Alcides Graça entende que a lei tem “uma zona cinzenta” que está a ser aproveitada pela candidatura do MpD à Câmara Municipal de São Vicente. Questionado sobre as provas que tem para estar a fazer tais denúncias, o responsável político diz que são informação que o seu partido tem de dentro da câmara, que devem ser investigadas pelo órgão superior da administração eleitoral.
O pedido formal para solicitar a intervenção da CNE deve ser feito ainda hoje.