O vice-presidente da Comissão Política Regional de Santiago Sul (CPRSS), do PAICV, Manuel Brito, fez estas acusações, em conferência de imprensa, na Cidade da Praia, para reportar situações que considera “discriminatórias” e de “desrespeito institucional”, por parte do Governo, em relação às câmaras da Praia e de São Domingos, agora geridas pelo seu partido.
Conforme alegou, o Governo “não esteve interessado” que o presidente da câmara da Praia, Francisco Carvalho, participasse no acto da recente inauguração das obras de requalificação do Bairro Craveiro Lopes.
“Senão vejamos: a 12 de Janeiro é lhe enviado um e-mail comum a convidar-lhe para ser testemunho dessa inauguração”, justificou, tendo sublinhado que a ministra das Infraestruturas deu conta do “erro” e logo “tentou” contactar o edil para corrigir o erro, mas “tudo não passou disso”.
O dirigente do principal partido da oposição salientou, igualmente, que uma carta formal e institucional ficou por chegar e até ao dia de hoje não se tem conhecimento da mesma.
Manuel Brito constatou ainda que o programa da inauguração em causa não fazia referência a qualquer tipo de intervenção do presidente da câmara no acto, pois “tudo estava reservado exclusivamente ao primeiro-ministro”.
Devido a estas circunstâncias, advogou, “esteve bem” Francisco Carvalho em não comparecer ao acto, tendo assim, qualificado os procedimentos adoptados pelo Governo de “indignos e com um propósito claro de secundarizar ou mesmo anular a presença do edil da Praia no referido acto”.
Para o PAICV, ao ignorar o presidente da Câmara Municipal da Praia, o Governo ignorou a população praiense, atitude que considera ser de quem não aceitou os resultados das eleições de 25 de Outubro de 2020.
Até 25 de Outubro, frisou, todos os procedimentos relacionados com a reabilitação das casas eram da responsabilidade das câmaras, e nas autarquias onde o MpD perdeu as eleições os poderes “estão a ser usurpados” e os levantamentos, no terreno, “estão a ser feitos pelos cabos eleitorais, com processos eivados de intransparência e discriminação das pessoas em função da sua cor política”.
No que concerne a São Domingos, o vice-presidente da CPRSS disse que é “preocupante” a questão da reabilitação das casas em várias localidades do município, afiançando que o Governo nem sequer contactou o actual presidente da câmara para discutirem o processo de requalificação das habitações.
“São as pessoas da cor política do Governo central que estão a identificar os beneficiários sem ter o contacto com o edil eleito pelo povo do município de São Domingos”, afirmou.