Edson Ribeiro, em nota enviada à Inforpress, respondia assim ao presidente cessante da UCID, António Monteiro, que disse esta terça-feira, em conferência de imprensa, no Mindelo, que este não pode se candidatar à presidência do partido por não ser militante.
“Não sei se estamos perante um caso de enorme distração ou um caso de total falta de bom senso e desrespeito pelo partido e por todos aqueles que dele fazem parte. Depois de ler as declarações do Presidente cessante o que posso dizer é que o partido não é nem deve ser, nunca, um instrumento para servir os nossos próprios interesses. Antes sim, deve ser um instrumento para servir o país e os cabo-verdianos”, considerou.
Segundo a mesma fonte, é nesta óptica de servir o partido e o País que anunciou a sua candidatura, ciente de que como militante reúne as “condições necessárias”.
Edson Ribeiro disse que Monteiro esqueceu-se que há pouco tempo, numa conversa a dois, lhe havia proposto para integrar, como vice-presidente, uma possível lista liderada por João Santos Luís caso esse se candidate.
“Como insisti em avançar com um projecto diferente, deixo de ser militante e já não reúno condições. Para ser vice-presidente sou militante e reúno as condições necessárias para tal, mas para ser presidente a situação é contrária?”, questionou, adiantando que se António Monteiro vier a dizer que nunca lhe propôs isto estará “em condições de afirmar que não se trata apenas de distração e de falta de respeito, mas também de outra coisa bem pior”.
“O presidente António Monteiro sabe muito bem que reúno as condições necessárias e por isso o que ele deve fazer é criar as condições para que todos os militantes possam exercer o seu direito de voto enquanto delegados ou se candidatarem em condições de igualdade”, exortou.
Edson Ribeiro revidou, adiantando que a não suposta militância é uma “falsa questão” e perguntou a Monteiro quantos elementos da direcção liderada por ele não são militantes.
“Ninguém da UCID deve fazer dos militantes uma espécie de descartáveis, que apenas servem quando se alinham e quando não se alinham são literalmente descartados. O partido deve ser democrático, esta é a sua essência, e proporcionar a todos os militantes igualdade de condições para uma participação positiva”, advogou.
Acredito, por outro lado, que a direcção do partido “tudo fará, e deve fazer, para que as disputas internas sejam saudáveis e enriquecedoras, sempre numa perspectiva de inclusão e nunca o contrário”.
“Com certeza que qualquer distração pode ser resolvida com a criação das condições necessárias e desejáveis para que as duas candidaturas – a minha e a do João Luís – possam, independentemente dos resultados, enaltecer o partido”, acrescentou.
O candidato respondeu ainda à ideia levantada pelo presidente cessante de que UCID deve continuar com a direcção em São Vicente para não se se iniciar do zero noutra ilha.
“Isto nunca vai acontecer porque o que queremos é melhorar ainda mais os resultados em São Vicente e também crescer em outras ilhas. É falacioso construir uma narrativa à volta do esvaziamento do partido em São Vicente em favor de outras ilhas. Continuaremos a apostar em São Vicente e apostaremos também nas outras regiões”, concretizou.