“UCID: Edson Ribeiro reafirma sua militância e fala em situações caricatas”

PorEdson Ribeiro,21 mar 2022 8:00

Na sequência da entrevista concedida ao jornal Expresso das Ilhas pelo senhor presidente da UCID, Eng. António Monteiro, penso ser necessário esclarecer algumas informações que se relacionam à minha pessoa.

Quando questionado em que circunstâncias é que considera que o trabalho feito pode ir por água abaixo, a resposta do atual presidente (“Acho que isso poderá acontecer com qualquer candidato que simplesmente resolva deitar ao chão tudo o que foi feito e procure outro caminho, outro rumo”) deixa antever claramente que, contrariamente àquilo que ele afirma, ele me vê como uma ameaça, apenas por não partilharmos da mesma visão política e estratégica. Ademais, há uma manifesta vontade para que a liderança do partido não seja de outras ilhas, não obstante qualquer militante, de qualquer ilha ou região, poder também se candidatar.

Por outro lado, afirmar que me conhece há sensivelmente um ano é caricato tendo em conta que o primeiro encontro que tive com ele, presencialmente, foi em finais de 2019 e já em 2020 comecei a ter uma participação mais ativa nas atividades do partido em Santiago Sul. Assim sendo, por que afirmar que só me conhece há sensivelmente um ano, ou seja, há quase um ano? Estranho!

Quanto à questão das eleições presidenciais, é de certa forma falaciosa afirmar que eu me posicionei do lado oposto porque o próprio Monteiro sabe, desde o meu primeiro dia no partido, que eu já fazia parte de um projeto presidencial. Inclusive, relembro que, antes de eu ter tomado conhecimento da posição do partido em relação às presidenciais, enviei uma nota ao Sr. Eng. António Monteiro relembrando da minha posição anteriormente assumida e explicando as minhas razões. Nunca antes ele havia questionado o meu posicionamento e estranho que agora esteja a fazê-lo.

Ademais, afirmar que não sou militante porque não tenho um cartão assinado por ele é igualmente caricato. Primeiro porque a questão da militância é, em primeira instância, da responsabilidade das regiões; segundo porque a minha ficha de militância foi encaminhada para São Vicente há muito tempo e o próprio Monteiro confirmou que recebeu, mas não o assinou. Ao que parece não o fez propositadamente para depois haver argumentos que ponham em causa a minha condição de militante. Um facto interessante é que o outro candidato por ele apoiado, numa mensagem interna datada de 20 de dezembro de 2021, afirmara (e passo a transcrever) “...a entrega, a determinação e a abnegação são atributos de extrema importância para o crescimento do partido, temos observado com atenção alguns destes atributos em alguns militantes como é o caso de Edson Ribeiro…”). O próprio presidente do partido diz que não sou militante porque não tenho cartão, mas depois afirma que “ter cartão não é condição para ser realmente militante”, numa manifesta tentativa de, ainda, apoucar a importância dos demais órgãos do partido.

Se de facto não sou militante, não percebo por que razão recebi (juntamente com muitos outros colegas de outras regiões) uma convocatória para, à luz dos Estatutos da UCID e na qualidade de delegado, participar no Congresso Nacional, que é o órgão supremo do partido.

Penso ser fácil perceber que a minha militância está a ser decidida conforme a direção do vento.

“Contudo, independentemente desta polémica que o posicionamento do presidente Monteiro criou, espero que a UCID saía mais fortalecida após o congresso e pronto os desafios que temos pela frente, para o bem dos cabo-verdianos e de Cabo Verde. E eu estarei disponível para dar o meu contributo como sempre estive”. 

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1059 de 16 de Março de 2022.

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Autoria:Edson Ribeiro,21 mar 2022 8:00

Editado porAndre Amaral  em  4 dez 2022 23:27

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