A decisão de não se recandidatar no XVIII Congresso do partido, marcado para os dias 25, 26 e 27 de Março, em São Vicente, foi comunicada hoje à imprensa na sede dos democratas cristãos na ilha do Monte Cara. António Monteiro, que lidera a UCID desde 2009, entende que após três mandatos consecutivos é tempo de dar espaço a outros militantes.
“Não serei candidato porque considero que já dei o meu máximo. Já me sinto até um pouco cansado nestas lides e é altura de me afastar. Contudo, continuarei a servir o país enquanto deputado ou noutras responsabilidades que o futuro poderá me colocar pela frente. Mas penso ainda, antes de passar a idade de reforma, voltar à minha profissão [engenheiro eletromecânico] e contribuir para melhorar a vida dos cabo-verdianos, também nesta área”, diz.
Questionado se a sua saída da liderança da UCID tem a ver com o envolvimento nas últimas eleições presidenciais, António Monteiro garante que não, porque a decisão de apoiar um dos candidatos foi da cúpula do partido.
“Gostaria de ter deixado uma melhor UCID”
António Monteiro diz que gostaria de ter deixado “uma melhor UCID”, um partido mais pujante e que pudesse, em todas as ilhas, ter a mesma performance que tem em São Vicente.
“Infelizmente – a culpa é minha e tenho que assumir essa responsabilidade – eu não consegui. Não consegui, mas deixo um partido forte porque, por exemplo, na primeira vez que participamos numa eleição em São Vicente tivemos 400 votos.
Quanto aos candidatos à liderança da União Cabo-verdiana Independente e Democrática, o líder actual diz que internamente nenhum militante se manifestou, apesar das notícias que dão conta da disponibilidade de João Santos Luís. Quanto a Edson Ribeiro, que já anunciou publicamente sua disponibilidade em se candidatar à liderança do partido, António Monteiro estranha porque, segundo diz, o mesmo não é militante.
No congresso de 25, 26 e 27 de Março, em São Vicente, que deve contar com cerca de 200 participantes, a UCID vai rever o Estatuto do partido, desde logo a questão do pagamento das quotas.