“Na Economia Digital a nossa ambição é forte”, disse Ulisses Correia e Silva, ao intervir no Palácio do Governo, na Praia, na sessão de assinatura do novo Contrato de Concessão do Serviço Público de Comunicações Eletrónicas por 20 anos, com o grupo estatal Cabo Verde Telecom.
“Um passo ambicioso e acontece 25 anos depois, num setor em transformações e alterações profundas, intensas e rápidas, diferente do mundo que tínhamos em 1996. Um dos princípios estabelecidos no contrato é o de flexibilidade”, afirmou o primeiro-ministro, sobre o contrato com a Cabo Verde Telecom, que prevê investimentos de 360 milhões de euros no setor das telecomunicações ao longo dos próximos 20 anos.
Destacando que Cabo Verde quer ser líder na implementação da rede móvel 5G em África, depois de já ter concluído em 2021 a transição das emissões de televisão do sinal analógico para o digital (TDT), Ulisses Correia e Silva apontou, sem mencionar prazos, a meta de a Economia Digital gerar tanta riqueza como atualmente o turismo (25% do PIB do país), tendo em conta os vários investimentos públicos na instalação de uma plataforma digital e uma zona económica exclusiva para o setor, nas ilhas de Santiago e de São Vicente.
“Passarmos dos 6% da participação da Economia Digital no PIB para 25%. Nós temos possibilidade de o fazer, desde que tenhamos foco, assertividade e haja compreensão também da sociedade sobre a importância da Economia Digital na vida das pessoas, no crescimento e no desenvolvimento da economia”, frisou.
“Cabo Verde tem vantagens comparativas, temos ambição, sim, de fazer com que este país seja uma plataforma digital em África. Temos a ambição de fazer com que Cabo Verde seja um país unificado, apesar de sermos ilhas, pelas tecnologias de informação e comunicação. Ambição de sermos um país que reduz as distâncias com a nossa diáspora, através do digital, e podermos entrar no mercado externo, desenvolver, exportar, criar condições de emprego qualificado para os nossos jovens”, defendeu.
Como um dos exemplos da aposta em curso no digital em Cabo Verde apontou o ensino superior, concentrado em apenas duas das nove ilhas habitadas.
“Não precisamos ter universidades físicas, edifícios em todas as ilhas. Mas podemos ter ensino superior em todas as ilhas, usando o digital para levar aquilo que nós ensinámos e produzimos aqui na Praia, para que possa ter a mesma qualidade na Brava, em São Nicolau ou no Maio. O digital permite isso”, advogou.
Para o chefe do Governo, a transição digital em curso, com investimentos igualmente na rede de cabos submarinos de telecomunicações ou no alargamento da rede de fibra ótica, vai permitir igualmente unir o arquipélago.
“Somos um país arquipelágico, temos custos enormes, físicos, e temos assimetrias elevados em termos de serviços. Então, a aposta na transformação digital é decisiva para levarmos a qualidade de serviço a todas as ilhas com a mesma eficiência e com a mesma qualidade de prestação”, concluiu.