PAICV considera “erro crasso” Governo negar falhas no processo de privatização dos TACV

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,26 jan 2022 12:22

O PAICV considerou hoje um “erro crasso” o Governo não reconhecer as falhas no processo de privatização dos TACV e exortou o executivo a iniciar um processo “mais transparente” e que acautele devidamente os interesses dos cabo-verdianos.

Esta consideração foi feita pelo líder da bancada parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV ), João Baptista Pereira, durante a sua intervenção no debate com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.

O PAICV, de acordo com o deputado, saúda a iniciativa proposta pela União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), em promover o debate em torno do tema “O papel dos transportes na economia e na integração regional”.

O debate, ao seu ver, deve permitir ao parlamento e aos cabo-verdianos revistarem os compromissos feitos em 2016, fazer a avaliação do percurso feito, identificar os factores de insucesso e conhecer as medidas que estão gizadas pelo Governo no sector dos transportes em Cabo Verde.

Os ganhos e melhorias apontados pelo primeiro-ministro, para João Baptista Pereira só são sentidos pelo Governo e não correspondem à realidade, acrescentando que o PAICV reconhece que o sector dos transportes é um dos principais factores de produção na economia de qualquer país e particularmente para Cabo verde devido à sua condição arquipelágica e a sua vasta comunidade emigrada.

“Em 2016, o MpD disse: vamos construir um sistema de transportes integrado competitivo e seguro, o nosso compromisso é ligar de forma eficiente e regular as ilhas entre si e ao mundo, o sector marítimo prometeu dotar o país de uma frota moderna e segura e garantir linhas regulares inter-ilhas”, lembrou, acrescentando que a nível dos transportes aéreos o Governo definiu uma política de prestação de serviços que priorizava a ligação inter-ilhas e do país com o mundo.

No entanto, realçou, o Governo com base nessas primícias decidiu privatizar por ajuste directo e transferir para investidores privados e estrangeiros os serviços dos transportes aéreos e marítimos em Cabo Verde, pelo que, deve reconhecer perante os cabo-verdianos que esta opção e a forma como os processos foram conduzidos falharam redondamente.

João Baptista Pereira considerou que os resultados negativos da privatização dos TACV são do conhecimento de todos dos cabo-verdianos que não viram aterrar no país os 11 aviões prometidos, não tomaram conhecimento de que o Governo recebeu os 48 mil contos resultantes da venda e nem a existência do tal “parceiro estratégico propalado” em Cabo Verde.

“Temos sim, dinheiro fresco com montantes elevadíssimos injectados pelo Governo nos CVA, mais de 7 milhões em avales concedidos pelo Estado, que constitui agora divida pública a ser paga pelo cabo-verdianos e um deficit nas contas da empresa de mais de 16 milhões de contos”, declarou, reforçando que o sector marítimo também falhou porque o parceiro estratégico não mostrou capacidade financeira e nem experiência no ramo para assegurar as ligações marítimas inter-ilhas.

O líder da bancada parlamentar do principal partido da oposição questionou neste sentido, o primeiro-ministro como é que pretende concretizar o projecto de fazer de Cabo Verde um ‘hub’ aéreo no continente africano, uma vez que prometeu no seu programa de governação criar as condições durante esta legislatura para a melhorar o sector dos sectores dos transportes.

“Para o PAICV seria um erro crasso o Governo não reconhecer as falhas no processo de privatização dos TACV que iniciou em 2016. Exortamos o Governo a iniciar um processo mais transparente, consensual, partilhado e que acautela devidamente os interesses dos cabo-verdianos e do Estado”, concluiu, indagando quais as políticas que o Governo tem em carteira para melhorar o papel dos transportes na economia e na integração regional.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,26 jan 2022 12:22

Editado porA Redacção  em  18 out 2022 23:28

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