A exigência do partido foi feita em conferência de imprensa, pelo secretário-geral, Julião Varela.
“Os cabo-verdianos continuam a aguardar uma explicação convincente do governo em relação aos últimos episódios relativos ao processo da TACV. Primeiro foi a entrega do avião que estava arrestado pelo governo como garantia para o pagamento das dívidas que a Icelandair tem para com Cabo Verde e o segundo foi a perda do certificado que permite à TACV voar pela Europa”, começou por dizer.
Em qualquer dos casos, para o PAICV até agora o governo não prestou informações suficientes e necessárias para que os cabo-verdianos pudessem compreender a situação e fazer um juízo da forma como esses processos foram conduzidos.
No que respeita à entrega do avião, Julião Varela acusa o governo de contentar-se com o acordo feito dizendo que ficaram quitadas as dívidas da Icelandair para com Cabo Verde, quando o país irá pagar elevadíssimos montantes resultantes desse acordo.
“O governo não explica como é que ficam os avales e garantias que foram concedidos nos últimos anos para o funcionamento da empresa, quem vai assumir a responsabilidade para com esses avales e ainda o governo contenta-se com o simples facto de a empresa se ter comprometido em cumprir o pagamento da venda inicial da empresa, os 438 mil contos”, apontou.
Relativamente à perda de certificado de operador aéreo, o país precisa ter melhores justificações, defende o Secretário Geral do PAICV.
“Porque o governo justificou a perda do certificado com insuficiência de recursos financeiros para renová-lo. Entretanto, informações vindas ao público dizem que não era necessário qualquer recurso para a renovação do certificado. o que significa que temos uma situação de irresponsabilidade, de negligência grave e neste momento ninguém se responsabiliza, ninguém diz nada, ninguém dá explicações”, acusou.
“Estamos a saber que neste momento o certificado foi novamente reposto e depois de o país ter gasto milhares de contos com o aluguer de aviões em regime wet leasing, com tripulação incluída e com sérios prejuízos para os clientes”, prossegiu.
Julião Varela exigiu ao governo melhores esclarecimentos em relação a esses dois episódios “que se vêm somar a um conjunto de atropelos relativamente à gestão da TACV”.
Fundamentalmente, explicou que o partido quer que o governo preste informações do ponto de vista financeiro, ou seja, quem ganhou, quem perdeu.
“Claramente o país não recebeu sequer o montante inicial da venda, desconhece-se os recursos que o parceiro estratégico injectou, são explicações necessárias e urgentes que estamos a solicitar”, pediu.