Presidente da República pede aos cabo-verdianos para serem “moderados” nas reivindicações

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,10 mar 2022 17:58

O Presidente da República apelou hoje aos cabo-verdianos a serem “moderados” e as instituições públicas a fazerem uma gestão com “muita parcimónia” dos bens, para que o País possa fazer face “aos tempos mais difíceis que se avizinham”.

José Maria Neves falava aos jornalistas, após conferir posse aos novos órgãos superiores da sociedade nacional da Cruz Vermelha de Cabo Verde (CVCV), e disse que a instituição e todas outras públicas e privadas devem-se preparar-se para os desafios, uma vez que a guerra desencadeada na Ucrânia irá tornar a conjuntura “ainda muito mais difícil”.

O chefe de Estado instou as famílias, empresas, instituições, poder central e local no sentido de adoptarem “a cultura da poupança e evitar o consumismo”, tendo em vista a crise que o País tem vindo a enfrentar por efeito dos três anos consecutivos de seca, da pandemia da covid-19 e da invasão russa à Ucrânia.

“Temos de ter aqui uma postura absolutamente pedagógica quanto ao futuro e as consequências ainda são inimagináveis, sendo que estamos a ver o aumento dos preços dos combustíveis, vai haver aumento e problemas na distribuição de determinados bens essenciais como o milho, o trigo, fertilizantes e as consequências financeiras a nível mundial”, apontou.

José Maria Neves enalteceu o trabalho “extraordinário” que a Cruz Vermelha de Cabo Verde tem feito ao longo desses anos, mas apelou a instituição a fazer “uma gestão criteriosa” e gerir “com cuidado” os bens colocados à sua disposição.

“Temos de ter consciência que estamos numa conjuntura muito difícil e agora a guerra na Europa que vai por um lado encarecer as matérias primas, vai despoletar uma escalada de aumento de preços generalizado e vai ter consequências também a nível de bens alimentares, e sendo um País extremamente vulnerável temos de cuidar da nossa segurança alimentar”, constatou.

Para o chefe de Estado, os países têm de ter a consciência das dificuldades que o arquipélago está a passar, consequências essas que são “ainda incalculáveis”, que o País deve ter em conta, perante as mudanças geopolíticas que estão em curso e que estão a gerar “uma nova ordem mundial”.

“Aqui temos que ser muito prudentes, inteligentes e todas as instituições, a começar pelas públicas, devem ter muito cuidado na gestão dos bens públicos e devem cuidar como transparência, equidade, prestação de contas e com uma perspectiva clara de sustentabilidade e responsabilidade social governar todas as instituições existentes no País”, sublinhou.

Nesta mesma linha, apelou a Cruz Vermelha a gerir com “muito cuidado” os bens que são colocados à sua disposição, nomeadamente as receitas provenientes da concessão dos jogos sociais, mas também todas as outras instituições públicas e privadas e prepararem-se para os desafios que se avizinham.

Perante as mudanças geopolíticas em curso, o Presidente da República considerou que Cabo Verde como um País pequeno deve posicionar-se “de forma inteligente” e adaptar-se às alterações que estão a acontecer.

Na ocasião, afirmou que desde o primeiro momento a CVCV tem vindo a ajudar com o seu “meritório trabalho” na mitigação das consequências das várias situações adversas por que Cabo Verde tem passado, quase todas derivadas das condições naturais do arquipélago.

O chefe de Estado encorajou ainda a Cruz Vermelha, juntamente com demais instituições afins, a se empenhar numa “boa política nacional de prevenção de catástrofes”, incluindo naturalmente a educação das pessoas, que é “uma vertente essencial para a cidadania”.

A cerimónia contou com a intervenção dos presidentes da Cruz Vermelha de Cabo Verde, de Portugal e do Senegal.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,10 mar 2022 17:58

Editado porAndre Amaral  em  25 nov 2022 23:28

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