Nas declarações feitas à imprensa, num gabinete da edilidade, por alegadamente o presidente ter bloqueado o acesso e reter as chaves da sala de reuniões e do Salão Nobre, os vereadores dos democratas-cristãos, pela voz de Samuel Santos, alertam para aquilo que chamam de bloqueio na edilidade.
“A situação que se vive na Câmara de São Vicente, com o bloqueio e a falta de transparência por parte do Presidente Augusto Neves é gritante. Ele gaba-se de não estar disponível para ouvir ninguém, num acto de arrogância e bullying político deveras triste, não aceitando a introdução de nenhum ponto nas agendas de trabalho, ferindo assim as leis da república que jurou respeitar”, aponta.
Samuel Santos diz que o presidente nunca delegou competências aos vereadores e que durante as sessões da câmara “tenta passar pontos de forma sorrateira", não aceitando a introdução de novos tópicos na agenda. Por outro lado, volta a criticar o edil por, supostamente, negar entregar ao executivo a relação de dívidas com os credores e prestadores de serviço e não apresentar os respectivos contratos.
“Entre as várias denúncias, um exemplo flagrante é uma suposta terceirização do serviço de recolha de lixo nos fins de semana, feito à base de clientelismo com um privado que utiliza os próprios equipamentos e veículos da Câmara. Todavia, ele já deu provas bastantes de clientelismo, ao ter nomeado o seu amigo político para o Conselho de Administração da Zona Económica Especial Marítima de São Vicente, nome que já tinha sido chumbado em sessão camarária que antecedeu”, refere.
Numa conferência de imprensa proferida no dia 11 de Março, o presidente Augusto Neves acusou os vereadores da oposição, inclusive os da UCID, de emperrar o funcionamento da Câmara de São Vicente.
Para os vereadores, o único culpado de a edilidade não estar a funcionar é o seu presidente.
“O presidente vem agora procurar formas de querer culpar os vereadores da câmara não estar a funcionar, quando ele assumiu publicamente ter assinado o memorando de entendimento e a delegação de competências aos vereadores. Então é ele que está retendo isso tudo”, entende.
Os vereadores pedem a intervenção da Assembleia Municipal e da tutela para tentar resolver a situação de impasse, para que tenham condições para trabalhar na Câmara Municipal de São Vicente.