Em conferência de imprensa proferida esta quinta-feira, 15, o porta-voz do grupo, Anilton Andrade, da UCID, diz que nenhum dos vereadores quer a cadeira de presidente, mas antes que o edil assuma as consequências dos seus actos.
“Exortamos o presidente a levar adiante a sua ameaça. Isto é, que leve a proposta de desprofissionalização à Assembleia Municipal e que a encare como uma moção de confiança. Se for aceite, nós não temos nenhum problema em aceitar a decisão da Assembleia. Mas se não for aceite, ele deve assumir as suas responsabilidades políticas e pedir a sua demissão enquanto presidente da Câmara”, desafia.
O clima entre os vereadores da oposição e o edil mindelense continua tenso. Nos últimos dias, os vereadores da UCID e do PAICV voltaram a alertar para a “grave” situação política e administrativa da ilha, ao mesmo tempo que anunciaram a intenção de revogar todos os actos praticados pelo presidente ou pelos funcionários da autarquia, sem o seu consentimento. Na sequência, Augusto Neves anunciou a desprofissionalização dos vereadores das duas forças políticas, alegando que querem as competências do presidente. Também disse que está pronto para eleições intercalares.
Em reação, Anilton Andrade esclarece que não há uma ação concertada dos vereadores da UCID e do PAICV para derrubar a Câmara Municipal.
“É o presidente que constantemente ameaça derrubar a Câmara Municipal e partir para eleições intercalares. Nós ainda não falámos disso. Estamos cientes de que o presidente pode, sim, avançar para este ato”, diz.
“Solicitámos a passagem dos dossiers municipais e até então nada. Solicitámos os dossiers inerentes aos nossos pelouros e estamos à espera. Solicitámos informações, encontros semanais com o presidente e tudo é ignorado. Então quem é que não quer trabalhar, somos nós ou o presidente?", questiona.
Anilton Andrade reafirma que todos os esforços estão a ser feitos no sentido de criar um entendimento para evitar uma crise política em São Vicente.