Em conferência proferida na sua sede, na cidade do Mindelo, o PAICV, através do seu líder regional, Adilson Jesus, lembrou que o impasse na autarquia impacta negativamente o processo de desenvolvimento, “contribuindo para um clima de incerteza no futuro da ilha, que de per si, já demonstra há algum tempo, atrasos significativos”.
“A democracia só se realiza no diálogo. Com a postura intolerante ao diálogo que se assiste na CMSV, não se conseguirá criar as condições para consensos, que possam permitir o funcionamento normal das instituições da Câmara e Assembleia Municipais. O Presidente da CMSV, neste momento, não tem uma maioria que lhe permita governar sozinho, logo, deve ser ele o primeiro a procurar as pontes e as soluções que viabilizem a governação camararia e o desenvolvimento sustentável da ilha de São Vicente”, realça.
Adilson Jesus lembra que até agora não se conseguiu realizar nenhuma sessão da Câmara Municipal, o que, na sua perspectiva, constitui, por um lado, uma ilegalidade grave e, por outro, tem emperrado o funcionamento normal da Assembleia Municipal.
“A não aprovação da conta de gerência, que deveria ter acontecido, primeiro na Câmara em Março e depois na Assembleia Municipal em Abril, constitui outra ilegalidade gravíssima. A não aprovação do plano de actividades, que deveria ter acontecido, primeiro na Câmara Municipal em Janeiro e depois na Assembleia Municipal, constitui mais uma ilegalidade gravíssima”, aponta.
O responsável político refere que o PAICV e os vereadores eleitos nas suas listas não desejam de forma alguma que se chegue a uma situação de eleições antecipadas em São Vicente.
“A situação difícil pelo qual São Vicente e Cabo Verde atravessam, derivada de uma conjugação infeliz de vários factores, designadamente, a seca, os efeitos da pandemia da covid-19, o aumento exponencial dos preços dos produtos nos mercados internacionais, o impacto da guerra na Ucrânia na economia internacional e a impotência do governo de Cabo Verde em fazer face a estes e outros problemas internos, demandam de todos nós responsabilidade, temperança e foco naquilo que é essencial”, realça.
O presidente da Comissão Política Regional do PAICV em São Vicente diz que as instituições da república já têm conhecimento da situação na Câmara Municipal, pelo que apela à intervenção para a sua resolução.