O pronunciamento do edil mindelense, feito hoje em conferência de imprensa, surge na sequência da posição dos deputados nacionais do PAICV e da UCID que, esta semana, durante a sessão parlamentar, estranharam e consideraram tardia a reacção do Governo ao decretar situação de contingência pelas cheias que ocorreram há mais de três meses.
“Dizer que não choveu e que não houve danos nem estradas cortadas é pura má-fé. Tantas estradas danificadas, rotundas intransitáveis, casas danificadas, famílias sem tecto. Foi uma chuva de 113 milímetros e isso não tinha acontecido há 40 anos. Com esse tipo de deputado a ilha está em maus lençóis. Se tivessem ido aos bairros da ilha durante e depois das chuvas e atendido dezenas de pessoas desamparadas como fizemos, talvez não dissessem tais disparates e saberiam a gravidade da situação”, refere.
Augusto Neves diz que comunicou a situação ao Governo que, por sua vez, enviou engenheiros a São Vicente para fazer a avaliação técnica, tendo sido depois entregue um relatório ao executivo. O edil aponta vários estragos registados em infraestruturas municipais e nacionais, em casas particulares e terrenos agrícolas que carecem de uma intervenção conjunta. O projecto apresentado ao executivo está avaliado em 50 mil contos.
“Nós fizemos um projecto modesto porque sabemos que neste momento o Governo tem as suas dificuldades e que existem mais municípios que poderão ter sofrido com as chuvas também. Aquilo que nós fizemos basicamente foi um orçamento de aproximadamente 50 mil contos, que é o montante que o Governo prevê”, afirma.
Sobre as declarações do deputado do PAICV, João do Carmo, que afirma que com a decisão o governo pretende condicionar o processo judicial para perda de mandato do presidente da câmara local, Augusto Neves diz que é preciso deixar a justiça trabalhar.
A resolução que decreta a situação de contingência em São Vicente, em decorrência dos danos provocados pelas chuvas ocorridas a 06 de Setembro, foi aprovada em Conselho de Ministros no dia 4 de Novembro, mas só entrou em vigor esta quarta-feira.