Do lado do MpD, Helena Fortes, da direcção nacional do partido, disse, durante o debate, que o processo exige uma logística diferente para que a população do Barlavento possa ter acesso mais facilitado aos serviços responsáveis pelos vistos para países da União Europeia.
“É do conhecimento de todos, do meu partido principalmente, que nós precisamos de um polo aqui [em São Vicente]. agora, para abrir esse polo nós precisamos organizar, dar formação às pessoas. Não é como antigamente quando nós tínhamos simplesmente o consulado da Embaixada de Portugal aqui. Agora temos o Centro Comum de Vistos que representa 19 países europeus. Temos de primeiro inteirar das necessidades e dos requisitos dos pedidos de vistos para poder organizar e abrir um Centro Comum de Vistos aqui na zona Norte com todas as qualificações para tal”, defende.
Posição partilhada pelo deputado do PAICV, João do Carmo. O parlamentar do maior partido da oposição vai mais longe e pede um trabalho diplomático para que também os cabo-verdianos possam ser isentos de vistos de curta duração para entrar na Europa.
“O serviço que o Centro Comum de Vistos presta tem de ser um serviço de qualidade. Refiro-me a dois aspectos que têm a ver com a representação permanente do CCV aqui em São Vicente e um trabalho diplomático no sentido de os cabo-verdianos que precisam de um visto de curta duração para a União Europeia serem isentos de vistos. É uma matéria diplomática que requer uma negociação com os 19 países que fazem parte do CCV. Mas penso que Cabo Verde está em condições de, diplomaticamente, chegar a este ponto”, entende.
As dificuldades que os cabo-verdianos enfrentam durante o processo de pedido de um visto Schengen, via Centro Comum de Vistos, são antigas…
Para a UCID, houve um retrocesso.O vereador do partido na Câmara Municipal de São Vicente, Anilton Andrade, entende que uma representação permanente em São Vicente pode facilitar todo o processo.
“Houve um retrocesso porque tudo funcionava bem. E a UCID aproveita mais uma vez esta oportunidade para pedir uma representação permanente do Centro Comum de Vistos na ilha de São Vicente que vai facilitar todo o processo. Cidadãos europeus entram em Cabo Verde e os nossos cidadãos podem também sair de Cabo Verde assim que precisarem”, considera.
Gerido desde 2010 por Portugal em representação de 19 países europeus, o Centro Comum de Vistos assegura nas instalações na Praia o tratamento dos pedidos e emissão de vistos de curta duração para o Espaço Schengen e realiza habitualmente Permanências Consulares nas ilhas do Sal, Boa Vista e São Vicente, para evitar deslocações à capital do país. Mas o processo tem sido alvo de muitas críticas, pela forma como funciona.