Esta quarta-feira, em conferência de imprensa, o líder regional do partido, Adilson Graça, negou qualquer concertação com a UCID.
“Não podemos aceitar que se diga que há perseguição ao presidente e a Câmara Municipal de São Vicente. Em nenhum momento os eleitos do PAICV posicionaram-se contra a Câmara de São Vicente. Fizeram-no sim contra os desmandos do Dr. Augusto Neves. Importa dizer que o PAICV e a UCID, não encetaram nenhuma articulação ou alinhamento, com vista a orientação do voto. A coincidência do voto contra deriva da má qualidade das propostas apresentadas, bem como das imprecisões e discrepâncias nas contas que põe em causa a transparência de todo o processo”, justifica.
Para Adilson Graça, era impossível o PAICV votar favoravelmente um Orçamento que não responde “nem a metade” das reais necessidades de São Vicente e seus munícipes. Em termos de ambição, entende que a proposta é nula.
“Não há nenhum projecto novo. Todos os projectos de investimento vêm do mandato anterior e nenhum deles é realmente impactante na vida económica e social da ilha. Este Orçamento não responde às necessidades da ilha, também porque não considera a importância de áreas fundamentais para o desenvolvimento das famílias e em especial dos jovens. Vejam que para áreas fundamentais para o desenvolvimento humano, como a Saúde, a Educação e o Desporto a projecção é que recebam menos de 1% do total das verbas orçamentadas”, aponta.
O presidente da Comissão Política Concelhia do PAICV afirma que Augusto Neves não aceitou os acordos feitos com os vereadores e não permitiu que as forças políticas da oposição participassem da elaboração dos instrumentos de gestão. O responsável político diz que o entendimento anunciado na Câmara Municipal nunca existiu.
“Apenas os vereadores do MpD votaram a favor do orçamento e plano de actividades. Dos vereadores da UCID, dois votaram na abstenção e um contra. Os vereadores do PAICV votaram contra. O entendimento que se desenhou na Câmara Municipal nunca existiu. Foi mais um fait-diver criado no sentido de enganar as pessoas de São Vicente”, afirma.
Adilson Graça aproveitou a oportunidade para criticar o Secretário-Geral do MpD que, na terça-feira, disse que o chumbo do Orçamento Municipal de São Vicente, para 2024, representa um duro golpe nas expectativas dos jovens e estanca o processo de desenvolvimento da ilha.
“É pena que ele veio intervir apenas agora, porque em todas as nossas conferências de imprensa convidamos o MpD, a nível nacional, para fazer parte de uma solução conjunta entre todas as forças políticas. Infelizmente São Vicente não contou para o MpD durante todo esse tempo porque o foco era a câmara da Praia”, considera.
As bancadas da UCID e do PAICV, na Assembleia Municipal de São Vicente, chumbaram segunda-feira o plano de actividades e orçamento 2024, com 11 votos contra. O município vai continuar em regime de duodécimos em 2024.