“Das informações que tivemos, as medidas do Governo não saíram do discurso e os empresários precisam de práticas e atitudes e não de discursos. Discursos são bons, são importantes, o País precisa deles, mas o País precisa mais de que discurso, precisa de prática de acções nestes aspetos. Os anúncios ficaram mesmo pelos anúncios”, disse Rui Semedo.
O líder do PAICV, que falava à imprensa momento após se reunir com Câmara de Comércio de Sotavento (CCS), no âmbito da preparação do debate sobre o estado da Nação, que se realiza no dia 31 de Julho, afirmou ainda que, ao invés de um “sector sufocado”, falaria de “um sector com dificuldades” impostas por um contexto “extremamente difícil” para todos.
“Acho que em Cabo Verde entrou na moda para falar de muitos milhões e, quando se fala desses milhões para a população, a ideia com a qual se fica é que há muito dinheiro e que esse dinheiro não chega ao destinatário (…) para a população os milhões passam por cima ou passam muito longe, não chegam aos destinatários que deveriam beneficiar desses milhões”, frisou.
Rui Semedo defendeu ainda que os empresários, enquanto promotores e dinamizadores da economia nacional, precisam de incentivos, meios, recursos e políticas para cumprir o seu papel e ajudarem o País a enfrentar a situação.
“Este plano do Governo neste contexto de crise é desajustado da realidade, as pessoas precisam de sobreviver, as pessoas precisam de pão para as suas famílias, antes de se formalizarem vão lutar, batalhar para garantir um pão de sustento para as suas famílias”, disse Rui Semedo, quando instado a comentar o recente estudo que apontou que menos de 10% dos vendedores do mercado do Sucupira, na cidade da Praia, têm contabilidade organizada e estão inscritos no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS)