Do lado do PAICV, o seu presidente, Rui Semedo diz que "O estado da Nação é de emergência".
Para o líder do maior partido da oposição, Cabo Verde vive numa situação de emergência, já que foi o próprio governo a declará-la. Rui Semedo admite que o executivo poderá estar a trabalhar, mas para as pessoas o que conta são os resultados e esses, na sua opinião, não estão à altura das necessidades reais das pessoas. “As pessoas vivem no desemprego; vivem com falta de rendimento; enfrentam a subida extraordinária de preços; enfrentam o aumento substancial do custo de vida e enfrentam dificuldades para terem acesso aos bens essenciais”, aponta. De acordo com o presidente do PAICV não se pode atribuir todos os males que afectam Cabo Verde às sucessivas crises, mas, nas suas palavras, são em vários sectores resultado da ausência de eficácia das políticas públicas levadas a cabo pelo governo. Contudo, Rui Semedo mostrou-se aberto ao estabelecimento de um pacto com as forças políticas e organizações sindicais e empresariais em três sectores que ele considera prioritários: política externa; educação; e segurança.
Já do lado do MpD, o vice-presidente do grupo parlamentar defende que por causa das crises recentes "o governo construiu o maior Estado Social alguma vez visto em Cabo Verde".
Luís Carlos Silva reconhece que Cabo Verde é “um país em crise”, mas garante que o governo está a fazer de tudo para ajudar o país a superar o momento negativo e que as crises contribuíram para criar o “o maior Estado Social alguma vez visto em Cabo Verde”. Entre críticas ao PAICV, Luís Carlos Silva aponta o trabalho que está a ser feito para melhorar sectores como os transportes aéreos e marítimos que considera essenciais para a economia nacional.
Na UCID, António Monteiro, antigo presidente do partido e um dos deputados do partido à Assembleia Nacional lança críticas ao governo. “Os governos andaram a dormir. Não podemos colocar as culpas só na crise”, diz António Monteiro.
O deputado fala de um momento “muito difícil”. Admite que as múltiplas crises que afectam o mundo são um problema para o país, mas responsabiliza os sucessivos governos pela não resolução de problemas estruturais, como a falta de água para a agricultura. O parlamentar apela a uma maior capacidade de diálogo, capaz de garantir paz social e defende o aumento dos salários mais baixos.
Na economia falamos sobre o estado económico da nação segundo o FMI.
A reprivatização da CVA é uma prioridade e as reformas das outras empresas públicas deve continuar para que sejam igualmente vendidas. Estas são algumas das conclusões do relatório da equipa do FMI, publicado este mês, no seguimento do acordo de Facilidade de Crédito Alargado concedido a Cabo Verde. Segundo a análise do Fundo Monetário Internacional, o risco de subreendividamento geral continua elevado, mas a dívida é considerada sustentável. No entanto, há ainda ameaças no horizonte.
Também destacamos, nesta edição, a reforma do sistema educativo que o governo quer implementar.
O ministro da Educação anunciou esta terça-feira a aprovação da Reforma do Sistema Educativo Nacional e do Sistema Nacional de Avaliação das Aprendizagens, com revisão curricular, foco na qualidade e reforço do ensino das ciências, tecnologias, matemática, humanidades e línguas.
Na cultura damos destaque ao Dia Nacional do Batuco que se assinala no próximo dia 31. 23 grupos nacionais e da diáspora vão assinalar esse dia na Praia.
Na opinião destaque para os textos de José António dos Reis com ‘Estado da Nação: A Nação clama por compromissos!’ e de António Ludgero Correia com ‘É preciso fazer acontecer o plano nacional de leitura’