Ulisses Correia e Silva lembrou, durante o seu discurso, que a “pandemia afectou o desempenho económico da Cabo Verde Inter Ilhas” e que a retoma da actividade pela empresa concessionária dos transportes marítimos interilhas “tem sido atribulada devido a avarias nos barcos afectando a regularidade dos transportes que se agrava em períodos de época alta de transporte de passageiros”.
O chefe do governo anunciou que a acompanhar a retoma vai estar a “revisão do modelo e sistema tarifário e revisão do contrato de concessão para melhorar a prestação do serviço público, limitar a indemnização compensatória ao estritamente necessário para a prestação do serviço público e adequar as especificações técnicas dos navios da frota a afectar à concessão, às condições de navegabilidade e infraestruturas portuárias nacionais”.
Ainda no que respeita ao sector marítimo o primeiro-ministro referiu que na actividade portuária, “está em fase de conclusão a expansão e modernização do porto do Maio, em execução a construção Terminal de Cruzeiros de Mindelo e a construção do porto de pesca de Tarrafal de S. Nicolau. A construção das instalações terrestres do porto de Palmeira (Sal) tem já financiamento garantido e deverá avançar. A construção de gares marítimas nos portos da Praia, do Sal, da Boavista, de Tarrafal de S. Nicolau e do Maio, irá ter um impacto muito positivo no transporte marítimo de passageiros com maior segurança, comodidade e conforto”.
De recordar que esta quinta-feira a Cabo Verde Interilhas anunciou, em comunicado, que o Estado se encontra em incumprimento das suas obrigações financeiras, desde o início da concessão em 2019, a ponto de actualmente a elevada dívida acumulada à empresa ascender os 9,5 milhões de euros.
No passado dia 20, o Presidente do Conselho de Administração da Cabo Verde Interilhas (CVI) considerou que as tarifas praticadas actualmente não permitem a sustentabilidade da empresa. Jorge Maurício diz que é preciso sustentabilidade financeira para manter um serviço de qualidade, mas lembra que o aumento do preço dos bilhetes e da tonelagem cabe à reguladora.