Anilton Andrade, em representação dos vereadores, recorda que o resultado do relatório inspectivo foi conhecido a 24 de Agosto.
“A tutela recomendou a realização de uma sessão extraordinária para anular formalmente todas as deliberações tomadas na sessão da Câmara realizada no dia 2 de Janeiro e concedeu-lhe [a Augusto Neves] 10 dias para realizar e apresentar os resultados desta sessão (...). Não acatou a decisão da tutela inspectiva, apesar de já ter realizado uma sessão ordinária da câmara no dia 1 de Setembro”, refere.
Os vereadores da UCID entendem que o governo, através do Ministério da Coesão Territorial, dispõe de instrumentos para fazer cumprir a lei.
“Face ao incumprimento da deliberação, que seja tomada uma atitude mais enérgica em relação ao Dr. Augusto Neves, em conformidade com a lei vigente. Quando fazemos referência a uma decisão mais enérgica da tutela é porque a tutela tem mecanismos legais para promover a perda de mandato nessas situações”, assegura.
O autarca recorda, que face ao impasse que se regista na governação do município, vários instrumentos legais de gestão estão à espera de aprovação.
“Não vamos ficar à espera da tutela, vamos agir, já sabemos que em coligação um terço dos vereadores podem intentar uma acção judicial e vamos seguir e fazer com que a lei seja respeitada”, comenta.
Recorde-se que o MpD venceu as eleições de 25 de Outubro de 2020, em São Vicente, mas sem maioria absoluta. Na câmara, conseguiu quatro mandatos. A UCID elegeu três vereadores e o PAICV dois. Desde então, são várias as denúncias, de ambos os lados, sobre a falta de entendimento na gestão da autarquia entre os partidos da oposição e o presidente eleito.