Em conferência de imprensa realizada hoje, em São Vicente, em antevisão ao debate sobre o estado da justiça, que acontece esta semana no parlamento, João Santos Luís recordou que não basta investir em infra-estruturas.
“Todos os anos estamos a repetir praticamente as mesmas coisas e por mais que se invista, no sector da justiça nos últimos anos já foram investidos mais de 500 mil contos, as coisas continuam praticamente em banho-maria, as reformas não acontecem, a informatização ainda não é sentida, os recursos humanos não estão lá”, afirma.
“De facto a nossa justiça é o que é, por mais que construamos novos tribunais, com salas bonitas, novas conservatórias com aparelhos de ar condicionado, com janelas e portas de vidro, a nossa Justiça precisa de muito mais”, acrescenta o líder dos democratas-cristãos
João Santos Luís reforça que a justiça padece de “cuidados intensos” por parte de quem define políticas para o sector, para que se possa ter uma “uma justiça de qualidade” e que melhor sirva o país.
A questão da sobrelotação das cadeias é outro tema que deverá merecer a atenção dos deputados da UCID.
“As cadeias do país encontram-se sobrelotadas, as políticas públicas concebidas e implementadas pelo governo não têm surtido efeitos práticos, a ponto de reduzir a reclusão, sobretudo dos jovens”, refere.
A anteceder o debate sobre o estado da justiça, o “desenvolvimento rural ” estará em análise no debate mensal com o Primeiro- Ministro.
Nesta questão, João Santos Luís defende a definição de estratégias que promovam as economias rurais e assentem a população nas suas comunidades, como forma de combater o êxodo rural.
“Seria desejável que o país tivesse uma política de desenvolvimento rural que definisse prioridades para transformar a vida das pessoas que vivem no meio rural, para que os cidadãos que lá vivem não tenham a necessidade de se deslocar dos seus locais à procura de melhores condições de vida na cidade ou em outras paragens”, refere.
A eleição dos órgãos externos ao parlamento também deverá marcar a segunda sessão plenária de Outubro que arranca esta quarta-feira, 26.