“[O primeiro-ministro] faz uma análise muito desfasada da realidade e não mostra a capacidade do governo em resolver e equacionar as questões para que de facto o país possa dar o salto e as pessoas estejam mais esperançadas, para que o ano 2023 possa ser melhor do que o ano que agora termina”, refere.
“O governo nada fez, por exemplo, em termos de redução de impostos para que os cabo-verdianos pudessem comprar os produtos por um preço mais (…) ao sublinhar as medidas para mitigar o impacto das crises, do nosso ponto de vista, é só conversa”, acrescenta.
O líder dos democratas cristãos alerta que o combate à pobreza deve ir “além do discurso de boas intenções”.
“A democracia não rima com a pobreza e a pobreza no país ainda é uma pobreza que brada aos céus, principalmente no aspecto de extrema pobreza. O primeiro-ministro anda a iludir as pessoas que irá eliminar a extrema pobreza em 2023, com seis mil escudos por mês e com o rendimento de inclusão. O governo terá que ter a capacidade de criar soluções para que a economia possa crescer e aumentar a riqueza nacional, para que as pessoas tenham de facto a possibilidade de ter um trabalho digno e com vencimentos justos e possam resolver os seus problemas”, afirma.
Na sua mensagem de Natal, o primeiro-ministro anunciou para breve, sem especificar data, a retoma dos voos da TACV para os Estados Unidos.
João Santos Luís acusa o governo de fazer uma gestão imediata da companhia de bandeira, sem estratégia sustentável para o sector.
“O governo não tem tido uma estratégia para o sector dos transportes, tanto aéreo como marítimo, e estamos a falar de um sector que mexe com o desenvolvimento do país, tendo em conta a nossa condição de insularidade. O senhor primeiro-ministro esquece que, para além de todos os avales que tem dado a TACV, que já se transformou em dívida pública, está a tirar dos bolsos dos contribuintes mais 3 milhões de contos para recuperar a empresa”, adverte.
O presidente da UCID afirma que, com excepção do combate à pandemia e vacinação da população contra a covid-19, o executivo tem tido uma performance aquém do esperado.